Fossa ecológica economiza água e energia ao tratar esgoto

Equipamento foi desenvolvido por empresário que buscava solução para limpeza do local em que criava porcos

Em parceria com qsocial
12/02/2019 16:48

Os porcos muitas vezes são injustiçados. Em geral, os locais em que vivem são associados à sujeira. Mas foi justamente em um lugar de criação de suínos que surgiu uma iniciativa que visa sobretudo à limpeza ambiental. Falamos de um projeto de fossa ecológica.

Trata-se de um sistema de tratamento de esgoto que não usa energia elétrica nem produtos químicos. Seu princípio de funcionamento é potencializar a ação das bactérias na decomposição dos dejetos.

O empresário Cristiano Shedid buscava uma alternativa de limpeza para as instalações em que praticava a suinocultura, no Distrito Federal. Pediu, então, ajuda à Universidade de Brasília (UnB).

A partir daí, montou a empresa Ecofossa, que passou a ser incubada no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da universidade.

A parte líquida do esgoto depositado na fossa ecológica é tratada por um equipamento também desenvolvido pela Ecofossa – o Ecofiltro. O líquido resultante pode retornar ao solo sem contaminar o lençol freático, ou ainda ser usado na irrigação de plantações.

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A fossa ecológica se vale da ação das bactérias para dispensar o uso de produtos químicos
A fossa ecológica se vale da ação das bactérias para dispensar o uso de produtos químicos - Reprodução/Ecofossa

Ao longo de dez anos, Shedid expôs seu invento em feiras promovidas pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Segundo o empreendedor, hoje o equipamento, que atende às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), tem sido aplicado na indústria, no comércio e em hospitais, residências e hotéis.

Há diversos modelos da fossa ecológica, começando pelo feito para casas para até cinco pessoas e chegando ao próprio para grandes edificações com fluxo de 64 ou mais usuários.

Projeto alinhado com a ONU

Além do Distrito Federal, a Ecofossa já tem negócios em Goiás e na Bahia. E pretende dar seus próximos passos rumos a outras regiões do Brasil e também do exterior, especialmente onde haja problemas de saneamento básico.

O funcionamento da fossa ecológica está diretamente alinhado a um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU e que devem ser atingidos até 2030. No caso, o sexto deles, que trata de assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.

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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.