A humanidade é a causa e a solução para o aquecimento global?
Medições feitas por diferentes agências científicas internacionais, incluindo a agência espacial norte-americana, Nasa, apontam que a temperatura da superfície do planeta já está pelo menos 1o C mais quente do que a sua média histórica. Pode até parecer um número pequeno, mas não é. Com isso, fenômenos extremos – como ondas de calor intenso, secas prolongadas, furacões e tempestades mais fortes, derretimentos de geleiras, elevação do nível e da temperatura do mar – tornam-se cada vez mais comuns e frequentes.
E já é um consenso que somos a causa dessas alterações, também. O último relatório do Painel Intergovernamental para a Mudança do Clima da ONU (IPCC), publicado em 2014, já afirmava que a humanidade é 97% responsável por essa elevação de temperatura.
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Medições feitas por diferentes agências internacionais apontam para a mesma coisa: a temperatura do planeta subiu nos últimos 150 anosQuem não concorda com isso costuma apontar que alterações no clima já aconteceram em outras ocasiões, por causas naturais, como erupções vulcânicas, alterações na posição do Sol ou mesmo a queda de meteoros.
Isso pode ser verdade, para o passado. O planeta já passou por períodos quentes nos últimos 2 milhões de anos, mas a cada vez levava cerca de 5.000 anos para que a temperatura aumentasse 5o C. Mas o ritmo atual observado é 20 vezes maior do que isso.
Assim, 16 dos últimos 15 anos mais quentes foram registrados depois de 2001. Ou seja, quase todos os anos deste século quebraram recordes de temperatura.
O que mudou nos últimos 150 anos para que isso acontecesse? Foi a forma como a humanidade vive e trabalha. Em especial, passamos a queimar muito combustível fóssil, uma fonte importante de energia para iluminar, para aquecer, para movimentar máquinas, para transportar cargas e pessoas. Mas que emite muito dióxido de carbono.
Pesquisas apontam que o nível de concentração de dióxido de carbono na atmosfera, um dos principais causadores do efeito estufa, que eleva a temperatura do planeta, aumentou continuamente nesse período. Essa concentração, medida em partes por milhão (ppm), oscilou entre 180 ppm (partes por milhão) e 280 ppm nos últimos 800 mil anos.
Mas, a partir de meados do século 20, foi subindo, subindo, e já passou de 400 ppm. E, com isso, a temperatura também.
As diversas previsões feitas pelos cientistas apontam que a superfície do planeta pode ficar de 2o C a 6 o C mais quente que a média histórica ainda neste século. Com 2oC, a vida já se tornaria muito diferente da atual, para pior, afetando, principalmente, as populações mais vulneráveis. Quebra de safras agrícolas e desaparecimento de diversas espécies animais e vegetais, tanto terrestre quanto marinha, estão entre as previsões.
A boa notícia é que, se a humanidade causou o problema, ela também é capaz de produzir soluções. Energias de fontes renováveis, o fim do desmatamento (a derrubada de árvores também emite muito gases de efeito estufa), o uso mais inteligente de água, tecnologias e sistemas de produção que emitam menos dióxido de carbono e a preservação de biodiversidade podem ajudar a evitar que a temperatura do planeta se eleve ainda mais.
Tudo depende do que for feito agora, para evitar os piores cenários ou para evitar medidas muito drásticas no futuro.
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A Nasa é uma das grandes referências quando se fala em pesquisas sobre mudanças climáticas. Para explicar esse grande desafio da humanidade em termos mais palatáveis, a agência criou uma série de vídeos animados, que explicam os principais conceitos e questões.
Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.