Londres quer mais bebedouros para reduzir uso de garrafa plástica
Sombra e água fresca. Ou melhor, “fog” (neblina) e água fresca. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, quer que os habitantes da capital inglesa fiquem muito bem hidratados sem prejudicar o ambiente. Como? Instalando uma nova rede de bebedouros pela cidade para reduzir o uso de garrafas plásticas que se acumulam nos aterros e acabam poluindo os mares.
Em paralelo, Khan planeja disponibilizar a água de torneira em espaços públicos de acordo com um modelo implementado na cidade de Bristol há dois anos.
O prefeito solicitou à Câmara Municipal o estudo de um projeto-piloto de abastecimento, levando em conta a identificação de locais adequados para a instalação dos bebedouros – parques, praças e shoppings, por exemplo.
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O Secretário de Estado do Meio Ambiente, Michael Gove, destaca que a iniciativa de aumentar o número de bebedouros em Londres é estratégia importante para diminuir o desperdício de plástico.
A preocupação faz todo o sentido se considerarmos os dados fornecidos por um relatório municipal de abril, segundo o qual os habitantes da capital inglesa consomem mais garrafas plásticas do que qualquer outra localidade do país – e a taxa de reciclagem desses resíduos na cidade é a pior do Reino Unido.
Os números globais também são alarmantes. A cada minuto, um milhão de garrafas plásticas são compradas em todo o mundo, e, até 2021, o número de recipientes comprados por ano deverá chegar a meio trilhão.
Para piorar o quadro, mais da metade das garrafas de plástico compradas em 2016 não foram coletadas para reciclagem.
A revisão da alocação de bebedouros nos espaços públicos londrinos chega em boa hora – provavelmente calculada via Big Ben. A cidade enfrenta um problema nebuloso de distribuição de fontes de água em seu perímetro.
Segundo levantamento do jornal britânico “The Guardian”, enquanto o distrito de Lambeth tem 25 fontes de águas em torno de seus parques e espaços abertos, muitos outros, como Sutton, Enfield e Haringey, não possuem nenhum.
Administrações que antecederam a de Khan já haviam sinalizado boas intenções no que diz respeito à disponibilização de mais bebedouros para a população de Londres, mas as promessas não se concretizaram, com o argumento de que os custos seriam proibitivos.
A justificativa não convenceu os jornalistas do “The Guardian”. Eles apuraram que a instalação de um bebedouro sairia em torno de £ 6.000 (R$ 26 mil), o que não é nenhum despropósito.
Espera-se, então, que, desta vez, as fontes de água possam de fato se espalhar por Londres, a exemplo da neblina que já é cartão-postal da cidade.
Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.