Microusina hidrelétrica dispensa represamento de água
O equipamento foi desenvolvido por dois engenheiros mecânicos de Curitiba e recebeu aporte de R$ 1 milhão para ser produzido em série
As secas nos reservatórios são uma das preocupações em termos de geração de energia no Brasil.
Para ajudar na solução de problemas dessa natureza, dois engenheiros resolveram mostrar que “pensar pequeno” diante de grandes questões pode ser uma saída: eles criaram um modelo de microusina hidrelétrica para abastecer até quatro moradias urbanas de porte médio.
Do tamanho de um frigobar, o equipamento tem capacidade para gerar até 720 quilowatts/hora por mês.
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Essa potência, de acordo com os inventores, pode representar uma economia de cerca de R$ 500 mensais na conta de energia.
Aprovada pela Copel (Companhia Paranaense de Energia), a microusina hidrelétrica atende em 100% as normas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
E com uma enorme vantagem: não requer o represamento da água, o que elimina o impacto ambiental do processo de produção de energia.
Para operar, o aparelho requer apenas uma fonte de água próxima – um rio, riacho ou mesmo vertedouro, tipo de canal artificial para conduzir a água através de uma barreira.
Além disso, é preciso uma queda natural por gravidade com altura de ao menos 15 metros, para que a corrente acione a turbina hidráulica da microusina.
Essa turbina é a responsável por transformar a força da água em energia mecânica, que, consequentemente, é convertida em energia elétrica por um gerador. Um inversor assegura a qualidade da energia gerada para abastecer o imóvel.
Até quem usa a energia elétrica fornecida pela concessionária pode se beneficiar da microusina hidrelétrica.
Isso porque o excedente gerado pode ser lançado na rede da fornecedora e abater despesas de energia de outros imóveis do mesmo dono, dentro do mesmo Estado, segundo normas da Aneel de Regulamentação da Microgeração e Minigeração de Energia no Brasil.
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Felipe Wotecoski e Juliano Rataiczyk, “pais da máquina”, fundaram a startup Metha para aprimorar o protótipo da microusina hidrelétrica e captar recursos para a sua produção em série.
O projeto venceu o Prêmio Sebrae de Inovação em 2016 e integra o programa de incubação da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
A Metha recebeu R$ 1 milhão do programa Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa (Finep) para estruturar sua linha de montagem.
Por enquanto, a microusina hidrelétrica foi instalada em projetos-piloto de três propriedades rurais e na sede da Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar). Outras seis unidades estão em produção.
Cada uma custa R$ 19,9 mil, mas a expectativa é que esse valor caia com o aprimoramento da tecnologia.
Os empreendedores miram acima de tudo propriedades rurais para o negócio, por se tratar de um setor ainda carente de energia de baixo custo.
Mas avaliam que a microusina também possa ser adotada por grandes empresas que descartem água sob pressão.
Seriam cooperativas, montadoras, fábricas de tintas e lavanderias, além de equipamentos públicos, como parques, escolas e postos de saúde.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.