MIT fortalece concreto com plástico reciclado

Em parceria com qsocial
16/02/2018 08:00

Estudantes de graduação e professores de engenharia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) descobriram que misturar plástico exposto à radiação gama (normalmente usada para descontaminar alimentos) no cimento torna o concreto até 15% mais resistente que o comum. Além disso, a inclusão do plástico reciclado em sua composição contribui para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Concreto mais resistente graças ao plástico reciclado
Concreto mais resistente graças ao plástico reciclado

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Segundo o MIT, a produção de concreto é responsável por 4,5% das emissões mundiais de gases de efeito estufa (GEE). Portanto, diminuir essa pegada de carbono, sem piorar a qualidade do concreto, é uma forma de contribuir para se ter uma indústria do cimento mais sustentável.

A composição que mais deu certo até o momento é acrescentar 1,5% desse plástico ao cimento, junto com um aditivo chamado cinzas volantes. Além dos benefícios já mencionados, o uso do plástico no concreto pode ajudar a incentivar mais a reciclagem de itens como garrafas de água e refrigerante feitas de plástico.

Segundo a instituição, o projeto faz parte de um esforço do Laboratório de Ciências para Infraestrutura e Sustentabilidade de envolver os graduandos em pesquisas de relevância.

Durante as pesquisas, os estudantes viram que tentativas anteriores de introduzir o plástico na mistura de cimento haviam enfraquecido o concreto. Investigando mais a fundo, concluíram que expor o plástico a doses de radiação gama modifica sua estrutura, tornando-o mais resistente.

A radiação gama é normalmente usada para descontaminar alimentos e não deixa rastros radioativos. Restava saber, então, se misturar esse plástico ao cimento resultava em concreto mais resistente, também.

Assim, foram buscar plástico usado em garrafas de água e refrigerante em uma instalação de reciclagem local. A equipe expôs amostras de plástico a doses variadas de radiação. Esse material foi transformado em pó e, em seguida, foi misturado a diferentes amostras de cimento e aditivos.

Com essas amostras foram produzidas peças de concreto, submetidas e testes de resistência. Os resultados foram comparados com concreto que levava plástico comum e com amostras que não continham nenhum tipo de plástico.

No geral, o concreto que continha plástico irradiado mostrou-se mais resistente. E as amostras com doses maiores de radiação e com cinzas volantes se saíram melhor: 15% mais resistentes do que o material comum.

Agora, a equipe quer testar mais tipos de plástico e diferentes doses de radiação, para determinar seus efeitos no concreto.

Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.