Os 10 alimentos que mais contribuem para as mudanças climáticas

Em parceria com qsocial
24/01/2018 08:00

Carnes vermelhas, como de boi e cordeiro, e derivados de leite, como manteiga e queijo, estão entre os alimentos que mais contribuem para as mudanças climáticas. A informação vem de um estudo da organização internacional sem fins lucrativos Nature Resources Defence Council no mercado norte-americano.

Pela ordem, os alimentos mais intensos em emissões de gases de efeito estufa são: carne bovina, cordeiro, manteiga, crustáceos e mariscos, queijo, aspargos, porco, vitela, frango e peru.

Fertilizantes e o arroto do boi contribuem para alta pegada de carbono do bife

Fertilizantes e o arroto do boi contribuem para alta pegada de carbono do bife

Cada quilo de carne bovina consumido nos Estados Unidos gera 26,5 kg em emissões de COe (dióxido de carbono equivalente, usado para calcular volume de emissões), cinco vezes mais do que a carne de peru ou de frango, segundo o estudo. O volume emitido é alto porque o cálculo leva em conta a quantidade de fertilizantes (que são à base de combustíveis fósseis) usados para produzir o alimento do gado.

Além disso, é sabido que o gado emite muito metano entérico (pelo arroto, por exemplo), um gás de efeito estufa muito potente.

Quantidade de CO2 emitido (em kg) por quilo de alimento produzido
Quantidade de CO2 emitido (em kg) por quilo de alimento produzido

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No caso da manteiga, são quase 12 kg de CO2e emitidos a cada quilo produzido. Esse é o derivado de leite com a maior pegada de carbono, porque sua produção demanda muita energia.

As emissões do avião que leva o aspargo aos EUA entram na conta
As emissões do avião que leva o aspargo aos EUA entram na conta

Para fazer essas contas, a NRDC analisou os 197 alimentos mais comumente consumidos pelos norte-americanos. Assim, o aspargo (8,9 kg de CO2e), por exemplo, aparece com uma alta pegada de carbono porque, embora seja um vegetal, ele é importado da América Latina – ou seja, emite-se muito gases de efeito estufa com o transporte aéreo.

Por outro lado, mudanças na dieta dos norte-americanos mostraram que houve uma redução no consumo de alguns desses alimentos, o que ajudou a evitar que as emissões de CO2e fossem maiores. Entre 2005 e 2014, por exemplo, o consumo de carne bovina caiu 19%, o que contribuiu para uma redução de 10% nas emissões de gases de efeito estufa oriundas da alimentação dos norte-americanos.

Diminuição no consumo de outros itens, como suco de laranja, porco, frango e leite integral também contribuíram para que houvesse menos emissões. Segundo a NRDC, a redução só não foi maior porque houve aumento no consumo de manteiga, queijo e iogurte.

Ainda assim, os EUA são os maiores consumidores mundiais de carne bovina e vitela. Se cada americano comesse um terço menos carne por ano, as emissões evitadas seriam equivalentes ao que 10 milhões de carros lançam anualmente na atmosfera.

A organização sugere que as pessoas consumam mais frutas e verduras, e que os restaurantes, por exemplo, tornem esses ingredientes mais centrais em seus pratos.

Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.