Os 10 alimentos que mais contribuem para as mudanças climáticas
Carnes vermelhas, como de boi e cordeiro, e derivados de leite, como manteiga e queijo, estão entre os alimentos que mais contribuem para as mudanças climáticas. A informação vem de um estudo da organização internacional sem fins lucrativos Nature Resources Defence Council no mercado norte-americano.
Pela ordem, os alimentos mais intensos em emissões de gases de efeito estufa são: carne bovina, cordeiro, manteiga, crustáceos e mariscos, queijo, aspargos, porco, vitela, frango e peru.
Cada quilo de carne bovina consumido nos Estados Unidos gera 26,5 kg em emissões de CO2 e (dióxido de carbono equivalente, usado para calcular volume de emissões), cinco vezes mais do que a carne de peru ou de frango, segundo o estudo. O volume emitido é alto porque o cálculo leva em conta a quantidade de fertilizantes (que são à base de combustíveis fósseis) usados para produzir o alimento do gado.
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Além disso, é sabido que o gado emite muito metano entérico (pelo arroto, por exemplo), um gás de efeito estufa muito potente.
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No caso da manteiga, são quase 12 kg de CO2e emitidos a cada quilo produzido. Esse é o derivado de leite com a maior pegada de carbono, porque sua produção demanda muita energia.
Para fazer essas contas, a NRDC analisou os 197 alimentos mais comumente consumidos pelos norte-americanos. Assim, o aspargo (8,9 kg de CO2e), por exemplo, aparece com uma alta pegada de carbono porque, embora seja um vegetal, ele é importado da América Latina – ou seja, emite-se muito gases de efeito estufa com o transporte aéreo.
Por outro lado, mudanças na dieta dos norte-americanos mostraram que houve uma redução no consumo de alguns desses alimentos, o que ajudou a evitar que as emissões de CO2e fossem maiores. Entre 2005 e 2014, por exemplo, o consumo de carne bovina caiu 19%, o que contribuiu para uma redução de 10% nas emissões de gases de efeito estufa oriundas da alimentação dos norte-americanos.
Diminuição no consumo de outros itens, como suco de laranja, porco, frango e leite integral também contribuíram para que houvesse menos emissões. Segundo a NRDC, a redução só não foi maior porque houve aumento no consumo de manteiga, queijo e iogurte.
Ainda assim, os EUA são os maiores consumidores mundiais de carne bovina e vitela. Se cada americano comesse um terço menos carne por ano, as emissões evitadas seriam equivalentes ao que 10 milhões de carros lançam anualmente na atmosfera.
A organização sugere que as pessoas consumam mais frutas e verduras, e que os restaurantes, por exemplo, tornem esses ingredientes mais centrais em seus pratos.
Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.