Para proteger corais, Havaí proíbe uso de filtro solar
Produtos contendo duas substâncias químicas não poderão ser vendidos ou distribuídos nas ilhas, por serem nocivos ao ambiente marinho
Usar filtros solares é um hábito altamente recomendado para a saúde da pele. Melhor ainda se eles também ajudarem a preservar a vida marinha. Para proteger corais, o governador do Havaí, nos EUA, sancionou, no início de julho, uma lei que proíbe a venda e a distribuição de produtos que contenham substâncias químicas prejudiciais aos recifes.
A oxibenzona e o octinoxato, encontrados em centenas de marcas de filtro solar e cosméticos, branqueiam e prejudicam corais em desenvolvimento e outras espécies marinhas. Esse fenômeno, causado também pelo aquecimento global e pela poluição dos mares, leva à morte dos animais.
A perda de recifes de corais preocupa porque eles abrigam uma grande variedade de fauna e flora marinha, além de serem de grande importância para atividades econômicas como pesca e turismo.
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A lei entrará em vigor em janeiro de 2021, e, segundo o site Fast Company, deu um novo ânimo ao mercado de protetores solares ecológicos, naturais e orgânicos que já se encontram dentro dos novos padrões estabelecidos pela legislação havaiana. Entre eles estão os produtos de marcas como a Raw Elements e a Goddess Garden, dos Estados Unidos.
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Segundo o mesmo site, um estudo europeu apontou que de 4 mil a 6 mil toneladas de protetor solar acumulam nos recifes de coral a cada ano. O filtro é liberado pela pele na água à medida que as pessoas nadam e mergulham no mar.
Os sites do Serviço Florestal Americano para o Sul da Flórida, o Havaí, as Ilhas Virgens Americanas e a Samoa Americana recomenda o uso de filtros seguros para os corais, que tenham em sua composição ingredientes minerais naturais, como óxido de titânio ou óxido de zinco.
Alguns fabricantes tradicionais anunciaram alterações nas fórmulas. Outro afirmaram que é preciso cautela, pois a proibição restringe o uso de substâncias consideradas seguras e eficazes por órgãos como o FDA (Food and Drugs Administration, que regula os setores de alimentos e remédios nos Estados Unidos) e que a menor opção de produtos ao consumidor pode prejudicar os esforços para prevenir o câncer de pele.
A legislação do Havaí foi baseada em estudos produzidos por cientistas da National Oceanic & Atmospheric Administration (NOAA), dos EUA, da Universidade de Tel Aviv e da Universidade do Havaí, entre outras instituições.
Quem apoia a medida adotada pelo Havaí afirma que não se trata de uma questão de escolher entre proteger a pele ou preservar os recifes, uma vez que há produtos naturais e orgânicos com proteção de fator 50.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.