Pesquisadores desenvolvem combustível de cogumelo

Em parceria com qsocial
14/05/2018 19:30

O rápido esgotamento das fontes de energia fósseis leva a humanidade a pesquisar recursos alternativos e renováveis. Hoje, há biocombustíveis feitos de algas, babaçu, beterraba, cana-de-açúcar, canola, mamona, mandioca, milho, soja e até de plantas oleaginosas. Este ano, engenheiros da Universidade Nacional de Cingapura, na Ásia meridional, descobriram também um combustível de cogumelo.

Combustível de cogumelo foi descoberto por pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura
Combustível de cogumelo foi descoberto por pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura

De acordo com os pesquisadores, o processo de colheita dos fungos cria naturalmente uma bactéria capaz de transformar a celulose em biobutanol (álcool produzido a partir da biomassa).

A descoberta é considerada relevante para o mercado de energia renovável porque o combustível tem alta densidade energética e é similar ao GLP (gás de petróleo liquefeito) em usabilidade. Ou seja, proprietários de carros movidos a gás podem utilizá-lo sem realizar mudanças mecânicas e estruturais no veículo.

No entanto, a produção comercial de biobutanol (álcool produzido a partir de matéria orgânica) é inviabilizada pelo mercado pela escassez de micróbios potentes capazes de converter a biomassa em biocombustível. Como poucos micro-organismos são criados, a produção do combustível fica cara.

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Bactéria de cogumelo produz enzimas que fabricam biobutanol
Bactéria de cogumelo produz enzimas que fabricam biobutanol

Ainda assim, o combustível de cogumelos tem potencial para ser um divisor de águas. Segundo os engenheiros, a bactéria usada no processo de fermentação do novo biocombustível é forte o suficiente para ser usada sozinha, mas também pode ser agregada a vários produtos residuais diferentes, como os agrícolas, por exemplo.

Além disso, o processo de fermentação é simples e não requer nenhum tratamento complicado, tampouco alguma modificação genética dos micro-organismos.

Outros resíduos que estão sendo testados como biocombustíveis, em outras universidades, são os de usinas de azeite e de fibras de papel. A meta é transformar em energia renovável o que antes ia parar no meio ambiente.

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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.