Pesquisadores desenvolvem combustível de cogumelo
O rápido esgotamento das fontes de energia fósseis leva a humanidade a pesquisar recursos alternativos e renováveis. Hoje, há biocombustíveis feitos de algas, babaçu, beterraba, cana-de-açúcar, canola, mamona, mandioca, milho, soja e até de plantas oleaginosas. Este ano, engenheiros da Universidade Nacional de Cingapura, na Ásia meridional, descobriram também um combustível de cogumelo.
De acordo com os pesquisadores, o processo de colheita dos fungos cria naturalmente uma bactéria capaz de transformar a celulose em biobutanol (álcool produzido a partir da biomassa).
A descoberta é considerada relevante para o mercado de energia renovável porque o combustível tem alta densidade energética e é similar ao GLP (gás de petróleo liquefeito) em usabilidade. Ou seja, proprietários de carros movidos a gás podem utilizá-lo sem realizar mudanças mecânicas e estruturais no veículo.
- Senai-SP lança curso gratuito sobre biocombustíveis
- Saúde bucal está associada ao desenvolvimento de Alzheimer, diz estudo
- Cientistas descobrem GATILHO para desenvolvimento do Parkinson
- É isso que acontece com seu corpo quando você come feijão diariamente
No entanto, a produção comercial de biobutanol (álcool produzido a partir de matéria orgânica) é inviabilizada pelo mercado pela escassez de micróbios potentes capazes de converter a biomassa em biocombustível. Como poucos micro-organismos são criados, a produção do combustível fica cara.
Clique aqui e conheça o projeto As Melhores Soluções Sustentáveis.
Ainda assim, o combustível de cogumelos tem potencial para ser um divisor de águas. Segundo os engenheiros, a bactéria usada no processo de fermentação do novo biocombustível é forte o suficiente para ser usada sozinha, mas também pode ser agregada a vários produtos residuais diferentes, como os agrícolas, por exemplo.
Além disso, o processo de fermentação é simples e não requer nenhum tratamento complicado, tampouco alguma modificação genética dos micro-organismos.
Outros resíduos que estão sendo testados como biocombustíveis, em outras universidades, são os de usinas de azeite e de fibras de papel. A meta é transformar em energia renovável o que antes ia parar no meio ambiente.
Leia também: Cientistas usam cerveja para produzir combustível
Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.