Privada inteligente carrega celular com energia das fezes
Quem disse que o vaso sanitário é um grande inimigo do celular? O de muita gente já caiu nele e parou de funcionar. Mas fazer o smartphone entrar em operação é uma das possibilidades de uma privada inteligente que não usa água e ainda gera energia a partir das fezes humanas.
O vaso em questão, Nano Membrane WC, recebeu recursos – US$ 710 mil (R$ 2,35 milhões) – até da Fundação Bill e Melinda Gates. Sinal de que sua tecnologia, desenvolvida pela Universidade de Cranfield, do Reino Unido, é de fato uma promessa de sustentabilidade na hora de ir ao banheiro.
Uma de suas grandes vantagens nesse sentido é dispensar o uso de água. Mas como isso acontece? Graças a um sistema inovador composto de nanofibras dispostas em feixes dentro de uma câmara da privada inteligente.
- Pousada em Maragogi é eleita a melhor em premiação de turismo
- Shopping Pátio Paulista e Nespresso transformam mais de 50 mil cápsulas em decoração natalina
- Cientistas sugerem que um sinal incomum na fala pode ser um sinal de diabetes
- Réveillon: curtir ano novo no Uruguai é escolha inteligente ou furada?
Esse processo leva em conta que 75% das fezes humanas são água. Assim, o sistema opera por pervaporação, técnica pela qual o componente líquido da mistura é separado da parte sólida por vaporização através de uma membrana.
Logo que o usuário faz as necessidades e fecha a tampa do vaso, sua bacia giratória deposita as fezes em um tanque de coleta, onde o resíduo sólido é depositado no fundo, e o líquido sobe.
Clique aqui e conheça o projeto As Melhores Soluções Sustentáveis.
São as fibras que movem o vapor que integra os dejetos para um tubo vertical localizado na parte traseira da privada inteligente. Ele então é condensado, e a água é despejada em um recipiente para ser usada no consumo doméstico.
A porção sólida, por sua vez, será seca e posteriormente reciclada em uma usina termelétrica para gerar gás e energia – e aqui entra a recarga do celular.
A ideia é que as unidades do Nano Membrane sejam instaladas em comunidades que enfrentem dificuldades de saneamento, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas.
Semanalmente, então, um técnico visitaria os banheiros das famílias para providenciar a remoção dos resíduos sólidos a ser transformados e eventualmente trocar as baterias do mecanismo. Uma manutenção mais detalhada é necessária a cada seis meses.
A privada inteligente passa por testes em Gana, onde um projeto aluga banheiros portáteis para os habitantes do distrito de Kumasi. Uma taxa é cobrada para a coleta semanal de resíduos.
Leia também: Bomba de irrigação usa energia da correnteza dos rios
Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.