Galeria de arte funciona como recife artificial para corais
O britânico Jason deCaires Taylor construiu um alicerce em que espécies marinhas reencontram seu habitat entre esculturas
Arte e ambiente podem se fundir em uma simbiose benéfica para as duas partes. E falamos isso não apenas metaforicamente: no litoral das Maldivas, ao sul do continente asiático, um escultor britânico construiu uma galeria para expor suas obras que funciona também como recife artificial para corais que circundam o país.
A estrutura do Coralarium, feita de aço inoxidável e resistente às intempéries em seus seis metros de altura, fica em parte submersa e é fixada no fundo do mar. Suas aberturas permitem o ir e vir da vida oceânica, formando um novo habitat para corais, esponjas, hidróides e algas e atraindo vários tipos de peixe para seu redor.
As esculturas de Jason deCaires Taylor – o criador dessa galeria – que foram alojadas sob a água são constituídas de material texturizado, de pH neutro, o que faz delas também áreas de proteção e de reprodução para espécies do ecossistema marinho.
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Para acessar o complexo, os visitantes precisam atravessar cerca de 150 metros de águas rasas a partir de um hotel da rede Fairmont.
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Além do papel físico de recife artificial para corais, que têm sofrido nas Maldivas com o aumento da temperatura do oceano – resultado de mudanças climáticas nos últimos cem anos –, o Coralarium alivia a sobrecarga de turismo em paisagens naturais da região, contribuindo para a preservação desses lugares ao atrair o fluxo de viajantes para suas instalações.
E há também o efeito moral de sua presença, ao conscientizar as pessoas que o conhecem e o próprio governo local da importância da preservação da natureza. É a arte a serviço do ambiente, em uma simbiose de riqueza cultural e ecológica.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.