Tintura torna fluorescente o lixo plástico

Em parceria com qsocial
09/02/2018 19:17

Pesquisadores da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Warwick, no Reino Unido, descobriram que uma tintura chamada Nile red “gruda” nas partículas de plástico e as deixa fluorescentes – elas aparecem iluminadas quando observadas sob um microscópio de fluorescência. É uma descoberta interessante, porque mares e oceanos tornaram-se grandes depósitos de lixo plástico, mas ninguém sabe ao certo onde estão.

Microplásticos brilham em meio a outros materiais marinhos
Microplásticos brilham em meio a outros materiais marinhos

Estima-se que, anualmente, os mares recebem 8 milhões de toneladas de plástico. Apenas 1% do plástico presente nos mares já foi localizado, segundo alguns estudos. Ou seja, restam 99% de lixo plástico não identificado.

Muitos desses objetos, como sacolinhas e embalagens, vão sendo quebrados pelas ondas e correntezas em pedaços cada vez menores, até chegar a tamanhos difíceis de enxergar – os chamados microplásticos.

Esses pedacinhos, muito pequenos, podem estar no fundo do mar, na superfície da água, na praia, nos mangues. E dentro de animais marinhos, que os confundem com alimentos.

Pedaços de plástico com menos de 1 milímetro, vistos com microscópio
Pedaços de plástico com menos de 1 milímetro, vistos com microscópio

Clique aqui e conheça o projeto As Melhores Soluções Sustentáveis.Os cientistas da universidade coletaram amostras de água da superfície do mar e da areia de praia perto da cidade de Plymouth. Usando a tintura, puderam detectar microplásticos da espessura de um fio de cabelo humano.

Um fato interessante é que o material mais abundante, nesse tamanho, era o polipropileno, um polímero comumente usado em embalagens e recipientes de alimentos. O que reforça a ideia de que nossos hábitos de consumo realmente têm um impacto alto e negativo sobre os mares.

O plástico jogado nos mares termina nas praias ou viram micropartículas “perdidas” nos oceanos
O plástico jogado nos mares termina nas praias ou viram micropartículas “perdidas” nos oceanos

Com esse método, diferentes amostras poderiam ser analisadas rapidamente. Resta agora entender como essa técnica poderia ser usada em escala maior e mais significativa, mas os resultados, para os pesquisadores, são promissores.

Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.