Elas fazem a diferença: 6 empresas que abraçam a causa LGBT
Se no Brasil a marginalização de LGBTs no mercado de trabalho ainda é realidade, há quem arregace as mangas para fazer diferença e pôr um ponto final na intolerância
“Eu não me considero um ativista, mas percebo quando me beneficio do sacrifício de outros. Então, se ouvir que o CEO da Apple é gay pode ajudar alguém lutando para chegar à ciência de quem ele ou ela são, ou trazer algum conforto a qualquer um que se sinta sozinho, ou inspirar as pessoas a insistir em sua igualdade, então vale a pena trocar isso pela minha privacidade”, foi assim que, há alguns anos, Tim Cook rompeu o silêncio que sustenta a marginalização de milhões de profissionais em todo o mundo, vítimas da intolerância.
Para debater a homofobia no mercado de trabalho e entender de que forma ela se expressa no Brasil, basta se ater aos números:
– 43% dos profissionais brasileiros afirmaram ter sofrido algum tipo de discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero (Consultoria Santo Caos)
- Shopping Pátio Paulista e Nespresso transformam mais de 50 mil cápsulas em decoração natalina
- SP entra em lista global com mais hospedagem para LGBTQIA+
- Parada do Orgulho 2024 conscientiza sobre voto pelos direitos LGBT+
- 5 destinos brasileiros que promovem o turismo LGBTQIA+
– 38% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBT para cargos de chefia (Elancers)
– Uma em cada 5 empresas não contrataria profissionais LGBTs
Na contramão do retrocesso, o mundo corporativo também suscita novos cenários e perspectivas de inclusão – a exemplo de empresas que já adotaram ou mantém políticas e ações de apoio aos direitos LGBTs em suas atividades. Conheça algumas delas :
Hamburgueria Castro: sob a égide de um ambiente sem preconceito, a lanchonete foi inaugurada no fim de 2016 inspirada no tradicional bairro gay de São Francisco (EUA). Com 16 funcionários entre gays, lésbicas, bi, trans e heterossexuais, a empresa busca um ambiente livre de preconceitos e aposta na inserção das minorias no mercado de trabalho. “Nossa proposta é de um ambiente sem preconceitos. Queremos promover a diversidade. E a nossa convivência tem sido uma ótima experiência”, ressaltou Fausto Almeida, um dos sócios, em entrevista ao Uol.
Carrefour: em 29 de janeiro, a rede de supermercados francesa ganhou repercussão nas redes sociais ao homenagear duas funcionárias no Dia da Visibilidade Trans.
Na ocasião, a empresa aproveitou a data para reforçar suas ações de inclusão e apoio à diversidade: “Aqui no Carrefour, celebramos a diversidade todos os dias. Além de contarmos com pessoas trans trabalhando com a gente, oferecemos curso de capacitação em varejo para aumentar suas chances de ingresso no mercado de trabalho. Para nós, todos devem ser respeitados e ter as mesmas oportunidades”.
Microsoft: para tornar a empresa mais inclusivas para pessoas LGBT, surgiu em 2016 o pilar que trata assuntos relacionados à orientação sexual e identidade de gênero. Algumas atividades já realizadas foram a participação de colaboradores da Microsoft na Parada Gay de São Paulo em 2016 e na LGBT Tech, evento que uniu funcionários de empresas de tecnologia para incentivar práticas de diversidade e tornar o ambiente de trabalho mais inclusivo. No final de semana da Parada Gay, inclusive, foi lançado o app Espaço Zero, um mapa colaborativo que mostra lugares onde ocorre homofobia em São Paulo, desenvolvido em parceria com o Catraca Livre e com o Instituo Eldorado.
Google: notória apoiadora da comunidade LGBT, a empresa não poupa esforços na garantia de direitos. Assim se manifestou em relação à Proposition 8, lei que previa casamento restrito a homem e mulher em alguns estados dos EUA. “Esperamos que a Califórnia vote não à Proposição 8. Não devemos eliminar direitos fundamentais de quaisquer pessoas que se casem com quem se ama, independentemente de sua sexualidade”, afirmou, em seu blog oficial.
Além do episódio citado, a empresa, que já apoiou paradas da diversidade sexual em cidades como São Francisco, nos EUA, e Dublin, na Irlanda, conta com um grupo de funcionários gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros, chamado Gayglers. Uma de suas últimas ações afirmativas aos direitos LGBT ocorreu durante os Jogos Olímpicos de Inverno realizados em Sochi, na Rússia. E mais recentemente, a empresa fez coro a protestos contra políticas antig-gay do país, apresentando o famoso logotipo com as cores do arco-íris em sua página inicial.
Nike: em 2012, como forma de expressar a diversidade no esporte, a Nike lançou nos EUA a coleção #BeTrue Seja verdadeiro, em tradução livre). A linha reunia tênis e camisetas com cores predominantemente preta, alternando outras cores em alusão à bandeira do arco-íris.
Em apoio à causa, a empresa doou 500 mil dólares do lucro da venda de produtos da coleção à LGBT Sports Coalition, grupo dedicado ao combate da discriminação no esporte. “Nós somos uma empresa comprometida com a diversidade, a inclusão e a liberação do potencial humano”, afirmou Tim Hershey, vice-presidente de merchandising global e executivo-chefe da rede.
Absolut: pioneira no apoio aos direitos LGBT há pelo menos três décadas, a marca sueca Absolut Vodka aborda em suas campanhas publicitárias temáticas direcionadas universo LGBT.
Começou em 1981, quando anunciava em revistas direcionadas ao público gay masculino, como as americanas The Advocate. Tempos depois, anunciou o lançamento de uma garrafa com as cores do arco-íris, assinada por Gilbert Baker, o criador da bandeira do orgulho LGBT: a absolut Colors, que teve edição limitada nos Estados Unidos. Atualmente, a empresa patrocina o reality show Ru Paul’s Drag Race, uma competição que coroa a próxima estrela drag americana.
E você: o que faz na sua empresa para combater a homofobia?