#NãoSouObrigada reflete assédio no mercado de trabalho

Uma em cada três mulheres já sofreu algum tipo de assédio no ambiente de trabalho. Neste cenário, a campanha #NãoSouObrigada reflete a desconfortável rotina de milhares de profissionais que trabalham nos setores de call center

09/03/2017 12:49

Em um Brasil que acumula recordes de atentados contra a vida das mulheres, o debate sobre os direitos da população feminina se faz mais que necessário. Nas ruas, no ônibus, trem ou metrô, ou até mesmo no ambiente de trabalho, o assédio abre caminho para a naturalização da violência contra a mulher que causa medo, vítimas e mortes.

Pesquisa divulgada pelo site Vagas revela que 33% das mulheres já receberam algum tipo de assédio no escritório.  Uma em cada três mulheres afirma ter ouvido “cantada” de um colega, um cliente ou o superior.

Call Center: mulheres representam cerca de 80% da mão de obra das empresas, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Teleserviços (ABT).
Call Center: mulheres representam cerca de 80% da mão de obra das empresas, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Teleserviços (ABT).

Neste cenário, uma campanha realizada para o Dia Internacional da Mulher, celebrado no último 8 de março, busca o empoderamento das mulheres e igualdade de gênero, dentro e fora do expediente. Criada pela empresa NeoAssist, #NãoSouObrigada retrata a realidade das profissionais de call center, onde o sexo feminino é representado por aproximadamente 80% da mão de obra das empresas.

Vozes do assédio

Interpretada pelas próprias colaboradoras da empresa, elas representam milhares de vozes que lutam diariamente pelos seus direitos.

A campanha traz ainda os dados de preconceito contra a mulher e algumas das principais frases ouvidas ao telefone, incluindo conteúdos sexistas e machistas que, muitas vezes, buscam rebaixar a capacidade do sexo feminino na resolução de problemas. “Acreditamos que devemos colocar o dedo na ferida e tratar deste assunto sim, pois o machismo mora principalmente nos detalhes. E, na maior parte das vezes, a pessoa que pratica o ato (seja homem ou mulher) não sabe que está sendo ofensivo. É preciso focar em educação pois, a partir desse momento, não existe mais desculpas para continuar errando”, pontua Aline Pitanga, CMO da NeoAssist.