Educação inclusiva beneficia crianças sem deficiência, diz estudo

A inclusão de crianças com deficiência na educação é um tema que desperta polêmica. De um lado, famílias cobram que a inclusão seja efetiva, de outro educadores apontam para uma falta de preparo e estrutura das escolas para receber essas crianças. A novidade é que um novo estudo realizado pelo Instituto Alana e a ABT Associates, sob coordenação do Dr. Thomas Hehir, professor da Harvard Graduate School of Education, revela que, na maioria dos casos, estudar em ambientes que valorizam a diversidade promove efeitos benéficos em pessoas sem deficiência.

Para o estudo, batizado de “Os benefícios da educação inclusiva para estudantes com e sem deficiência”, os pesquisadores realizaram uma revisão sistemática de 280 artigos publicados em 25 países. O trabalho demonstra que pessoas sem deficiência que estudam em salas de aula inclusivas têm opiniões menos preconceituosas e são mais receptivas às diferenças.

 
 

Entre as crianças com síndrome de Down, há evidências de que a quantidade de tempo passado com os colegas sem deficiência está associada a uma variedade de benefícios acadêmicos e sociais, como uma melhor memória e melhores habilidades de linguagem e alfabetização.

A análise também aponta que  alunos com deficiência que foram incluídos são mais propensos a fazer um curso superior, pertencer a um grupo de amizades, encontrar um emprego ou viver de forma independente. Um grande número de pesquisas mostrou que esse grupo desenvolve habilidades mais fortes em leitura e matemática, têm maiores taxas de presença, são menos propensos a ter problemas comportamentais e estão mais aptos a completar o ensino médio comparado com estudantes que não são incluídos.

“Apesar dessas informações, a realidade é que ainda há crianças com deficiências intelectuais, físicas, sensoriais e de aprendizagem que enfrentam desafios no acesso à educação de qualidade e mesmo em países onde as leis garantem os direitos educacionais a esses alunos, como o Brasil. A inclusão efetiva de um estudante exige que os educadores desenvolvam capacidades de apoio às necessidades individuais das crianças e jovens, e o resultado dessa pesquisa é uma mensagem clara de que a inclusão deve ser norma, e é benéfica, para todos os estudantes”, explica Gabriel Limaverde, membro do Grupo de Trabalho de inclusão do Instituto Alana.

Acesse aqui a pesquisa completa.

Com informações de Instituto Alana.