Parto humanizado é um direito, e Bela Gil quer conscientizar você

“Nascemos para parir e a gente fica a vida toda achando que é uma dor insuportável. É a construção de um mito, a gente vê a mulher lá sofrendo nos filmes e novelas, mas ninguém fala dos riscos da cesárea, da dor do pós-parto”, disse Bela Gil, a filha de Gilberto Gil, sobre o parto de seu último filho, que nasceu ontem, dia 24 de agosto, em Nova York. E o que ela está falando vai muito além, como muitos podem pensar, da visão exagerada de uma pessoa que dissemina um estilo de vida ultra saudável nas redes sociais.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, 25% a 30% dos partos são cesarianas. Na rede particular, o índice chegaria a 88%. O grande problema é que muitas dessas cesáreas são desnecessárias, e muitas vezes a opção por esse tipo de parto é feita pela mulher com base em informações equivocadas e pautadas pelo medo.

“Existe uma cultura da cesárea, que os médicos criaram por conveniência, e fica essa sensação de que a cesárea é melhor do que o parto normal. Isso não é verdade. O parto normal é melhor para a saúde da mãe e do bebê. Há inúmeras evidências científicas que comprovam isso”, palavras do pediatra Daniel Becker em vídeo da série Criar e Crescer sobre a cultura da cesárea.

“A recuperação foi incrível. É uma maravilha poder parir, tomar banho no seu chuveiro e dormir na sua cama“, contou sobre a experiência do parto em sua própria casa.

O parto de Bela Gil aconteceu em sua casa em Nova York e ela estava acompanhada pelo marido, sua filha mais, Flor, por uma doula e uma parteira. “Foi um parto muito tranquilo, durou cinco horas desde a primeira contração até ele nascer. Foi muito rápido. Eu entrei na banheira e em 20 minutos ele nasceu“, contou.

A mensagem que Bela Gil quer passar é importante. Está relacionada ao direito de escolha das mulheres, ao empoderamento. “As pessoas falam que independentemente do tipo de parto, mãe é mãe. Coisas que são óbvias. A questão aqui é muito mais profunda que isso. Não é porque a mulher teve um tipo de parto que ela é menos mãe do que uma que teve parto normal. Isso é muito raso de se pensar. O assunto que estou querendo tratar é muito mais profundo. É a mulher perder a chance de escolha. Não ter informação suficiente para fazer uma escolha 100% consciente. Eu quero deixar a mulher com todas as informações possíveis para ela fazer a melhor escolha para ela, não ser induzida por médicos, parentes ou medo alheio“, explicou ao UOL.

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Com informações de UOL.