Projeto ‘Vozes da Cidade’ escuta crianças sobre os problemas de Salvador

Do nosso parceiro Rede Nacional Primeira Infância

Vozes das crianças nas ações políticas.

Acreditar que as crianças não têm o que dizer é confirmar o que muitos militantes da causa da participação política desse público dizem: que a nossa sociedade é “adultocêntrica”. Ou seja, compete somente aos adultos a decisão dos destinos da população. Na contra mão dessa visão, o projeto Vozes da Cidade, que busca contribuir com um modelo de desenvolvimento inclusivo, com vistas a reduzir as desigualdades que afetam a vida de crianças e adolescentes, incorporou, além das vozes dos adolescentes, as vozes das crianças, numa ação inédita dentro da iniciativa nacional do UNICEF, Plataforma dos Centros Urbanos (PCU), da qual o projeto faz parte.

As escutas dos 10 grupos de criança (um por região administrativa da cidade) sobre os problemas que elas vivenciam e quais propostas para a cidade elas têm, estão em fase de conclusão. E Já é possível afirmar que elas têm muito a dizer.

Ana Marcílio, psicóloga e especialistas em infância, consultora associada da ONG Avante-Educação e Mobilização Social, chama a atenção para o quanto elas estão atentas ao seu entorno e o quanto elas estão conscientes de que falta muita coisa para melhorar. “Elas querem lugares limpos, bonitos, espaços seguros para brincar e a presença da natureza”, disse, fazendo um resumo das falas das crianças até o momento.

E as crianças falam com a alegria de estarem sendo escutadas sobre temas que dificilmente lhes são perguntados. Os meninos e meninas, por exemplo, tocaram, cantaram e dançaram para a equipe do projeto ao final do encontro.

Consultas

Foi do grupo da escola Mãe Hilda, localizada na sede do bloco afro Ilê Aiyê, na Liberdade que veio a informação de que faltam praças no bairro para brincar e que a escorregadeira da comunidade está descuidada ao ponto de lâminas de metal enferrujadas se destacarem do brinquedo. “Somente quem precisa brincar, uma necessidade básica para a construção de adultos saudáveis, pode ter esse olhar”, pondera Ivanna Castro, psicóloga e, juntamente com Ana Marcilio, coordenadora do processo de consulta das crianças, responsável pela consulta no Ilê Aiyê.

Foi Laís Coelho, de 11 anos, quem apontou a degradação do parquinho como parte de uma lista grande, escrita com seus colegas na faixa etária entre 9 e 12 anos, sobre as deficiências do bairro. Dois deles ainda mostraram as cicatrizes dos cortes causados pela escorregadeira enferrujada.

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