Sol, natureza, brincadeiras, piquenique e música: veja o que essas famílias acharam do Slowkids

02/05/2016 20:42 / Atualizado em 07/05/2020 03:03

Por Camila Hungria e Mayara Penina

Quem esteve presente ontem, 1 de maio,  no Parque da Independência, zona sul de São Paulo, começou muito bem o mês de maio. É que aconteceu mais uma edição do Slowkids, evento que prega a desaceleração da rotina das crianças e em 2015 foi eleito pelo Guia da Folha de S. Paulo como o melhor passeio para crianças em São Paulo.

Essa edição traz como grande novidade o fato de ser o primeiro evento de brincar livre acessível para todas as crianças. A organização contou com a assessoria da Adoleta – desenvolvimento infantil. Assim, todas as crianças com ou sem deficiência puderam participar em suas dificuldades e potências.

O Catraquinha esteve presente para brincar e registrou depoimentos de algumas famílias que se juntaram ao movimento Slowkids.

Confira:

Giovanna Sacramento e seu filho Arthur, moradora na Moóca

“É a primeira vez que acontece um evento como este na região. Eu acho incrível e importante, pois as crianças podem experimentar brincadeiras diferentes, sensações diferentes, ver o show de circo e brincar com crianças que nunca viram”.


Adriana Goes, mora em Interlagos

“Nós achamos muito importante esse contato com a natureza. E eu sempre tento trazer meus filhos, uma vez que a gente vive neste mundo cheio de cimento. Aqui, a gente consegue ter contato com outras famílias, outras crianças, com os animais e sair do mundo eletrônico”.

Erika Eguti, mora na Vila Mariana.

“Infelizmente, eles não têm a infância que nós tivemos. Neste espaço, eles resgatam os brinquedos que a gente costumava ter, e que não são os brinquedos fabricados por empresas, os super heróis, e os personagens, e nós saímos do universo que costumamos viver. As crianças olham o mundo por um outro aspecto, e podemos valorizar as pequenas coisas que não damos valor no dia a dia. Para nós, pais, também é importante, é um tempo reservado para brincar com as crianças e ficar 100% com elas”.

Paulo Oliveira, pai da Nina, mora na Lapa

“A cidade de São Paulo carece de espaços públicos com uma outra proposta de brincadeira, não só esses parques em shopping, com muito de consumo e muito pouco incentivo à criatividade. Ainda mais hoje em dia, quando as pessoas ficam presas em apartamentos e a rua não é mais um espaço onde há brincadeira”

Maria Fernanda, mãe da Nina, mora na Lapa.

“É uma oportunidade para fazer um grande encontro. Hoje estamos sozinhos, mas já marcamos com um grupo de amigos e fizemos um evento grande. É um momento para encontrar os amigos em um espaço aberto, ao ar livre”

 
 

Vilma Lério, avó, moradora da Vila Califórnia, Zona Leste de São Paulo

“Esse evento é fantástico. É um resgate das brincadeiras que a gente vivenciou. Meus filhos passaram por isso, mas a geração dos meus netos não. Trabalho em escola e lá a gente sente necessidade de trazer brincadeiras diferentes para crianças, que fujam do eletrônico, do celular e do Ipad”

Valéria Gonçalves de Faria, mãe, de Pirituba 

“Eu estou gostando bastante, o mais importante é as crianças brincarem com outras crianças e com brincadeiras que antigamente eram normais, e hoje são tão restritas. Elas ficam muito em casa jogando videogame, isso trava a criança para conviver em sociedade. Eu gosto de contato com terra, com água, com folha, isso é importante para o crescimento da criança. A criança que tem contato com a natureza cresce com uma visão mais ampla”

 
 

Larissa Bertagnoni e Deborah Pláton Hoppe, do Adoleta Assessoria em Desenvolvimento Infantil

“A gente acha que um evento como este é potente para o desenvolvimento de uma sociedade. Existem estudos de neurociência falando da importância do desenvolvimento do brincar livre na primeira infância. A gente aposta na acessibilidade como estratégia para que todas as crianças participem que saiam um pouco do consultório e possam brincar em contato com a natureza”.