Ação deixa racismo exposto por meio de obras de arte

Funcionários de empresa de energia relataram situações de preconceito, e artistas se basearam na história em suas criações

Quem viveu o preconceito contou sua história. A partir dela, artistas criaram obras de arte e deixaram o racismo exposto.

Catraca Livre criou o projeto Causando, apoiado pelo Carrefour, para mostrar como as marcas desenvolvem e assumem causas.

Cartaz de apresentação da ação Racismo Exposto
Créditos: Divulgação
Cartaz de apresentação da ação Racismo Exposto

Essa foi a base de uma ação desenvolvida pela agência CAMPO para a empresa Brookfield Energia Renovável.

Para a iniciativa, funcionários da empresa de energia foram convidados a relatar situações discriminatórias que haviam vivido – na rua, na farmácia e até com os amigos.

No total, cinco pessoas contaram passagens que iam desde suas infâncias até sobre como ainda têm de lidar com o preconceito no dia a dia.

Obra de PV Dias combina ilustração tradicional e digital
Créditos: Divulgação
Obra de PV Dias combina ilustração tradicional e digital

Cada um dos relatos foi enviado a um artista negro – Adelir Silva, Airá OCrespo, Hully Roque, PV Dias e Valquíria Pires. E eles, com cores e formas, deixaram o racismo exposto.

“Como, muitas vezes, a discriminação racial no ambiente de trabalho acontece de forma silenciosa, decidimos deixar o tema bem visível”, resume o sócio e head of content do CAMPO, Guilherme Figueira.

O ilustrador e tatuador Adelir Silva usou cerâmica para apresentar traços do rosto feminino
Créditos: Divulgação
O ilustrador e tatuador Adelir Silva usou cerâmica para apresentar traços do rosto feminino

As obras da ação Racismo Exposto foram exibidas na sede da Brookfield Energia, no Rio de Janeiro.

Na semana passada, foram leiloadas. O valor arrecadado será destinado às instituições A Rua é Nós e Amigos Levando Amor às Ruas.

Xilogravura da artista Valquíria Pires retrata a potência intelectual da mulher negra
Créditos: Divulgação
Xilogravura da artista Valquíria Pires retrata a potência intelectual da mulher negra

A exposição foi estendida também para a TOD_S, plataforma de inclusão e diversidade da Brookfield Energia Renovável, criada a partir de conversas com os quatro grupos de afinidades existentes na empresa: gênero, LGBTI+, pessoas com deficiência e etnias.

No site, as histórias ganharam as vozes de atores negros. “Foi uma decisão dos próprios funcionários da empresa, para que se sentissem mais à vontade para expor situações tão delicadas”, explica Figueira.

Tela do grafiteiro Airá Ocrespo chama a atenção para as desigualdades entre brancos e negros
Créditos: Divulgação
Tela do grafiteiro Airá Ocrespo chama a atenção para as desigualdades entre brancos e negros

Há ainda, na plataforma, a explicação dos artistas sobre as obras. E dados sobre o racismo no Brasil.

Obra da artista Hully Roque busca mostrar uma mulher que vivencia a ressignificação de sua própria imagem
Créditos: Divulgação
Obra da artista Hully Roque busca mostrar uma mulher que vivencia a ressignificação de sua própria imagem

Além de Racismo Exposto

Em junho, para o Dia do Orgulho LGBT+, a agência e a empresa desenvolveram a ação Preconceito Programado.

A partir das estatísticas da LGBTfobia no Brasil, país que lidera o ranking deste tipo de violência no mundo, foi elaborada uma comunicação automática.

“Toda vez que um novo crime acontecia, um e-mail marketing era disparado para os funcionários da Brookfield Energia e um post era divulgado nas redes sociais da empresa”, conta Figueira.

Nos próximos meses, estão previstas ações de inclusão de pessoas com deficiência e pela equidade de gênero.

Em parceria com qsocial