Centro de Defesa da Vida Carmen Bascarán resgata dignidade de trabalhadores

No estado de Maranhão, ONG trabalha na recuperação, profissionalização e conscientização para combater o trabalho escravo

Por Lupa do Bem em parceria com Maíra Carvalho
21/10/2025 09:35

O Centro também promove cursos profissionalizantes nas comunidades em que atua, dos arredores de Açailândia à periferia da Baixada Maranhense
O Centro também promove cursos profissionalizantes nas comunidades em que atua, dos arredores de Açailândia à periferia da Baixada Maranhense - Divulgação

Jornada exaustiva, servidão por dívidas, privação de liberdade, retenção de documentos, alojamentos inadequados, alimentação precária. Essas são algumas das principais características que configuram o trabalho análogo à escravidão. Com essa lista em mãos, os dirigentes da ONG de Açailândia, na região sul do Maranhão, acolhem trabalhadores e trabalhadoras em sua sede, fazem uma checagem dos fatos e denunciam a prática às autoridades.

“Muitas vítimas, no entanto, desconhecem que estão tendo seus direitos violados”, alerta Yoná Luma, coordenadora executiva do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán. “A grande maioria nos procura para falar dos atrasos de salário porque, mas se percebemos que não se trata apenas de um atraso no pagamento, alertamos que essa pessoa está sendo vítima do crime de trabalho análogo ao de escravo”, ressalta Yoná.

Ela explica que esse é um momento crucial, já que o reconhecimento enquanto vítima nem sempre é fácil. “Aí começa todo um processo de conscientização sobre as condições degradantes de trabalho. E é algo muito difícil de ser feito e um ciclo, inclusive, demorado para se quebrar, porque recebemos trabalhadores que já foram resgatados cinco vezes.”

O Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán investe na formação cultural e artística de crianças e adolescentes para combater o trabalho escravo desde cedo
O Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán investe na formação cultural e artística de crianças e adolescentes para combater o trabalho escravo desde cedo

Centro de Defesa da Vida

O Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán investe na formação cultural e artística de crianças e adolescentes para combater o trabalho escravo desde cedo. “A arte e a cultura tem um poder libertador que conscientiza, valoriza pessoas e transforma vidas. A maioria dos profissionais de Açailândia de hoje, por exemplo, passaram pelas atividades do Centro”, orgulha-se a coordenadora.

O Centro também promove cursos profissionalizantes nas comunidades em que atua, dos arredores de Açailândia à periferia da Baixada Maranhense. As formações variam entre cursos de construção civil, operação de máquinas pesadas, eletricista, manutenção de ar-condicionado, artesanato, manicure, pedicure, doces e salgados, corte e costura, entre outros.

“Temos uma linha de atuação muito forte com as mulheres, oferecemos atividades físicas, acompanhamento para fortalecimento emocional, fazemos formação para os direitos e também oferecemos recursos para o início de um negócio, porque percebemos que no próprio resgate do trabalho escravo, as mulheres são invisibilizadas”, finaliza.

Quer apoiar essa causa?

O Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán atua por meio de editais, parcerias e doações. Voluntários são sempre bem-vindos. Para mais informações, visite o site e siga as redes sociais no Facebook e Instagram.