Universidade das Quebradas leva periferia à Academia através da cultura

Iniciativa é um curso de extensão da UFRJ e promove a inclusão desses artistas em espaços conhecidos

Conteúdo por Lupa do Bem
02/08/2024 11:55 / Atualizado em 10/09/2024 15:38

Neuza Nascimento

Universidade das Quebradas leva periferia à Academia através da cultura
Universidade das Quebradas leva periferia à Academia através da cultura - Universidade das Quebradas

É de conhecimento comum que a favela e a periferia estão cheias de talentos que, por mais que produzam conteúdos relevantes, acabam não conseguindo abrir todas as portas porque existe a seleção e a exclusão. A Universidade das Quebradas (UQ), um curso de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), consegue colocar essas pessoas dentro da Academia e promove justamente a inclusão desses artistas dentro de espaços como o Museu de Arte do Rio, por exemplo. 

Sandra Lima, produtora e professora na área audiovisual, trabalha há 20 anos com cultura e atua nas aulas de documentário no projeto. Ela conta que a Universidade das Quebradas teve sua primeira edição em 2010, e o foco sempre foi levar a periferia e a favela para dentro da Academia – ação que resulta numa troca de saberes.  

A prioridade da UQ é arte, filosofia e curadoria. São oferecidas aulas de curadoria de arte de modo geral, documentário, edição, foto/filmagem, literatura e poesia, trilha sonora, projetos culturais e muito mais. “Os alunos já chegam com seus potenciais, suas histórias e vivências e agregam para a Universidade, que, por sua vez, dá o retorno da mesma forma”, explica Sandra. 

Iniciativa é um curso de extensão da UFRJ e promove a inclusão desses artistas em espaços conhecidos
Iniciativa é um curso de extensão da UFRJ e promove a inclusão desses artistas em espaços conhecidos - Universidade das Quebradas

De acordo com Sandra, o primeiro impacto causado pelo projeto é o empoderamento dessas pessoas, que acabam ganhando um conhecimento prático. Além disso, existe a aquisição de um diploma que abre portas e dá oportunidades, além do respaldo da UFRJ e do Museu de Arte do Rio e, por fim, as redes construídas.

Os participantes são artistas, ativistas e artistas ativistas, alguns já reconhecidos, com bagagem e trajetória. Alguns dos alunos que já passaram pela Universidade das Quebradas são Laerte Guline, carnavalesco com uma trajetória importante dentro do carnaval carioca; Gustavo de Carvalho, autor de um documentário sobre Hélio Oiticica; e Paula Carriconde, artista plástica que produziu um filme sobre a questão da arte como transformação.

Para participar, basta ter acima de 18 anos e ser artista de alguma forma. A Universidade das Quebradas não é excludente, mas a preferência é para moradores de favelas e periferias. A classificação se dá por notas e não há exigência de nível de instrução.

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Neuza Nascimento – Lupa do Bem

Causadora de Educação