Universidade das Quebradas leva periferia à Academia através da cultura
Iniciativa é um curso de extensão da UFRJ e promove a inclusão desses artistas em espaços conhecidos
Neuza Nascimento

É de conhecimento comum que a favela e a periferia estão cheias de talentos que, por mais que produzam conteúdos relevantes, acabam não conseguindo abrir todas as portas porque existe a seleção e a exclusão. A Universidade das Quebradas (UQ), um curso de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), consegue colocar essas pessoas dentro da Academia e promove justamente a inclusão desses artistas dentro de espaços como o Museu de Arte do Rio, por exemplo.
Sandra Lima, produtora e professora na área audiovisual, trabalha há 20 anos com cultura e atua nas aulas de documentário no projeto. Ela conta que a Universidade das Quebradas teve sua primeira edição em 2010, e o foco sempre foi levar a periferia e a favela para dentro da Academia – ação que resulta numa troca de saberes.
- Caminhar para fugir da dor: um novo olhar sobre a lombalgia crônica
- Dois fatores de risco evitáveis para Parkinson identificados em estudo
- Como a solidão acelera a perda de memória em idosos
- O poder invisível do abraço para a saúde, segundo a ciência
A prioridade da UQ é arte, filosofia e curadoria. São oferecidas aulas de curadoria de arte de modo geral, documentário, edição, foto/filmagem, literatura e poesia, trilha sonora, projetos culturais e muito mais. “Os alunos já chegam com seus potenciais, suas histórias e vivências e agregam para a Universidade, que, por sua vez, dá o retorno da mesma forma”, explica Sandra.

De acordo com Sandra, o primeiro impacto causado pelo projeto é o empoderamento dessas pessoas, que acabam ganhando um conhecimento prático. Além disso, existe a aquisição de um diploma que abre portas e dá oportunidades, além do respaldo da UFRJ e do Museu de Arte do Rio e, por fim, as redes construídas.
Os participantes são artistas, ativistas e artistas ativistas, alguns já reconhecidos, com bagagem e trajetória. Alguns dos alunos que já passaram pela Universidade das Quebradas são Laerte Guline, carnavalesco com uma trajetória importante dentro do carnaval carioca; Gustavo de Carvalho, autor de um documentário sobre Hélio Oiticica; e Paula Carriconde, artista plástica que produziu um filme sobre a questão da arte como transformação.
Para participar, basta ter acima de 18 anos e ser artista de alguma forma. A Universidade das Quebradas não é excludente, mas a preferência é para moradores de favelas e periferias. A classificação se dá por notas e não há exigência de nível de instrução.
Quer apoiar essa causa?
Entre para o grupo do Facebook e siga a Universidade das Quebradas no Instagram.
Neuza Nascimento – Lupa do Bem
Causadora de Educação