8 prédios culturais e científicos pegaram fogo em 10 anos
Na noite deste domingo, o Museu Nacional, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro, foi atingido por um incêndio
Na noite deste domingo, 2, o Museu Nacional, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro, pegou fogo, levando a maior parte de seus 20 milhões de itens e da história do país. Mas este caso não foi o único. Nos últimos 10 anos, ao menos 8 grandes incêndios atingiram prédios no Brasil com valor cultural, científico e histórico.
O Museu Nacional é a mais antiga instituição científica do país e tinha um dos maiores acervos de antropologia e história natural. Fundado por Dom João 6º no dia 6 de agosto de 1818, o museu completou 200 anos em junho.
Desde 1946, o Museu Nacional é administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e tem perfil acadêmico e científico. Entre as peças de seu acervo, muitas eram exemplares únicos, como esqueletos de dinossauros, múmias egípcias, além de utensílios produzidos por civilizações ameríndias durante a era pré-colombiana.
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Após o fogo, a vice-diretora da instituição, Cristina Serejo, afirmou que “nem tudo foi perdido” das peças. Uma coleção de invertebrados escapou do fogo, pois fica em um prédio anexo, não foi afetado pelas chamas. As causas do ocorrido ainda são desconhecidas.
Nos últimos cinco anos, os repasses do governo federal ao Museu Nacional caíram praticamente pela metade.
Diante do ocorrido, a BBC Brasil fez um levantamento de museus, teatros e institutos que sofreram perdas imensuráveis. Veja a lista abaixo com outros 7 prédios que pegaram fogo:
Teatro Cultura Artística (2008)
Em 2008, o Teatro Cultura Artística, em São Paulo, foi destruído por um incêndio de mais de quatro horas. As causas do fogo ainda são desconhecidas. Inaugurado em 1950, o local está até hoje coberto por tapumes. O prédio está em obras e a expectativa é de que fique pronto em 2021.
Instituto Butantan (2010)
Um incêndio atingiu o laboratório de répteis do Instituto Butantan, em São Paulo, em maio de 2010, e destruiu um dos principais acervos de cobras do mundo. O edifício que pegou fogo era o local em que cientistas pesquisavam cobras, aranhas e escorpiões. Segundo a instituição, a coleção tinha cerca de 77 mil cobras catalogadas e de 5 mil em processo de registro.
Memorial da América Latina (2013)
O Memorial da América Latina, em São Paulo, teve seu auditório Simón Bolívar destruído após um incêndio em novembro de 2013. O laudo apontou um curto-circuito como causa do fogo.
Museu de Ciências Naturais da PUC de Minas Gerais (2013)
Em janeiro de 2013, um incêndio destruiu réplicas, cenários, fiações e pisos do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, em Belo Horizonte. A instituição tem um dos maiores acervos de fósseis de mamíferos do Brasil.
Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios (2014)
O Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, no centro da capital paulista, reabriu como centro cultural no mês passado, depois de um incêndio, em 2014, destruir seu galpão centenário e queimar quadros, esculturas, móveis antigos e réplicas em gesso. O local foi fundado em 1873.
Museu da Língua Portuguesa (2015)
Em dezembro de 2015, chamas tomaram os três andares e a cobertura do Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo, que no dia estava fechado para o público. O bombeiro civil Ronaldo Pereira da Cruz morreu ao abrir uma porta enquanto o prédio pegava fogo.
A instituição foi inaugurada em março de 2006 e era um dos museus mais visitados do Brasil e da América do Sul. A estrutura do edifício segue em reconstrução, com previsão de que fique pronta até o ano que vem.
Cinemateca Brasileira (2016)
A Cinemateca Brasileira, na zona sul de São Paulo, foi atingida por um incêndio em fevereiro de 2016, perdendo de forma definitiva 270 títulos. O fogo tomou um dos quatro depósitos do galpão na parte de trás do terreno e destruiu cerca de 731 de seus 44 mil títulos, dos quais 461 tinham cópias de segurança.