Abin orientou defesa de Flávio Bolsonaro no caso Queiroz
Agência Brasileira de Inteligência produziu relatórios com orientações para embasar um pedido de anulação do caso Queiroz
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) produziu pelo menos dois relatórios de orientação para os advogados do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso Queiroz.
Segundo reportagem de Guilherme Amado, da revista Época, o órgão orientou a defesa do filho de Bolsonaro sobre o que deveria ser feito para obter os documentos com o objetivo de embasar um pedido de anulação do caso das “rachadinhas” na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Os documentos foram enviados em setembro ao filho do presidente Jair Bolsonaro.
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Em um dos documentos obtidos pela Época, a Abin sugere a substituição dos “postos”, em referência a servidores da Receita Federal; e traça uma “manobra tripla” para tentar conseguir os documentos que a defesa de Flávio espera para tentar anular o caso Queiroz.
Os relatórios contradizem a declaração do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) dada à Época em 23 de outubro, quando outra reportagem da revista revelou que órgãos do governo se mobilizaram em busca de elementos que permitissem a anulação das investigações envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista de Flávio e amigo do presidente Bolsonaro.
Na ocasião, o GSI confirmou ter sido procurado pelas advogadas do parlamentar, mas declarou que as denúncias apresentadas pelas advogadas se mostraram um tema interno da Receita Federal e que, respeitando suas atribuições legais, não realizou qualquer ação.
A Abin é comandada por Alexandre Ramagem desde 2019. Em abril, ele chegou a ser indicado pelo presidente Bolsonaro para comandar a Polícia Federal. A nomeação, entretanto, foi suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal).