Abraham Weintraub deixa cargo de Ministro da Educação

Ele aproveitou seus últimos dias para deixar um legado digno do bolsonarismo: o preconceito e o racismo

18/06/2020 16:15

Abraham Weintraub não é mais ministro da Educação. Ele anunciou sua saída do governo Bolsonaro, na tarde quinta-feira, 18, por meio de um vídeo em que aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

‘Botava esses vagabundos na cadeia, começando no STF’, diz Weintraub
‘Botava esses vagabundos na cadeia, começando no STF’, diz Weintraub - Agência Brasil/Marcelo Camargo

O nome do substituto ainda não foi informado, segundo o plantão da TV Globo. No vídeo, ele confirmou que a informação de que o governo pretende indicá-lo para o Banco Mundial, em Washington. No Banco Mundial, o Brasil lidera um grupo de nove países e é o maior acionista.

“Sim, desta vez é verdade. Eu estou saindo do MEC e vou começar a transição agora. Nos próximos dias, eu passo o bastão para o ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo”, disse na gravação.

Apesar disso, Weintraub não quis falar abertamente sobre os motivos de sua demissão: “Neste momento, eu não quero discutir os motivos da minha saída, não cabe. O importante é dizer que eu recebi o convite para ser diretor de um banco. Já fui diretor de um banco no passado. Volto ao mesmo cargo, porém no Banco Mundial”.

Weintraub assumiu o cargo em abril de 2019, ficando no posto por um ano e dois meses. Ele assumiu o posto de Ricardo Vélez Rodríguez e acumulou desafetos e disputas públicas com diversos grupos sociais – entre eles, a comunidade judaica e a representação da China no Brasil.

Horas antes de anunciar sua saída do cargo, Weintraub fez sua última ‘colaboração’ para o governo bolsonarista – conhecido por tanto racismo e preconceito: revogou uma portaria de 2016 que determinava cotas para negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação nas universidades e institutos federais, o que inclui programas de mestrado e doutorado.