Adolescentes acusam professores de tentar trocar notas por sexo no AP

Os professores não tiveram as identidades divulgadas

Três adolescentes, de 13, 14 e 17 anos, denunciaram dois professores, 34 e 47 anos, à polícia pelo crime de assédio sexual no Amapá. Segundo as estudantes, eles ofereceram aprovação na escola em troca de sexo.

Adolescentes acusam professores de tentar trocar notas por sexo no AP
Créditos: Istock/AHMET YARALI
Adolescentes acusam professores de tentar trocar notas por sexo no AP

O caso é investigado pela Delegacia de Infância e Juventude de Santana (DIJS). Os docentes prestaram depoimentos na última terça-feira, 27.

As adolescentes de 13 e 14 anos relataram que o docente de 47 anos as convidou para encontros fora da escola. Ele compareceu à delegacia, mas permaneceu em silêncio.

A estudante de 17 anos disse à polícia que tinha ficado de recuperação e passou a ser assediada pelo professor, de 34, por telefone. Ela relatou que o homem pedia confiança e para que apagasse as mensagens enviadas.

Ele também teria ameaçado a garota de reprovação ao perceber que o encontro não ocorreria. À polícia, o docente disse que trocou mensagens com a garota apenas para entregar avaliações escolares já feitas.

O que fazer caso eu presencie um assédio?

    • Apoie a vítima e a auxilie a realizar a denúncia junto aos canais oficiais;
    • Ofereça-se como testemunha, caso você tenha testemunhado os fatos. Lembre-se: a omissão também ajuda a perpetuar a violência, pois cria uma ideia de que há uma tolerância generalizada a elas;
    • Como denunciar? Qualquer assédio contra a mulher pode ser denunciada pelo número 180. A denúncia pode ser feita de forma anônima e é importante fornecer a maior quantidade de informações possíveis para que haja material suficiente para uma investigação e possível responsabilização do agressor. O fato da denúncia ter sido feita pelo 180 não impede que a vítima vá até uma delegacia fazer um boletim de ocorrência também;
    • Caso esteja diante de uma conduta ocorrendo naquele momento, faça registros (fotografe/filme) e ligue para a autoridade policial. Isso pode permitir que a conduta seja pega em flagrante facilitando a denúncia para as autoridades;
    • Se a pessoa estiver em situação de vulnerabilidade, como, por exemplo, em razão de embriaguez, ela pode não ter consciência do que está acontecendo, ofereça ajuda garantindo a segurança da mesma, pois, infelizmente, muitos casos de assédio e até de estupro ocorrem nessas circunstâncias, o que são elementos levados em conta no processo pois podem aumentar a pena do agressor. Em casos assim, ela não tem condições de consentir ou não. Regra de ouro: a pessoa só pode ter consentido se ela tiver condições para isso e sexo sem consentimento é estupro;
    • Em casos de violência contra criança e adolescentes a denúncia pode ser feita no conselho tutelar, no Ministério Público e/ou na Delegacia da Infância e da Juventude (se não houver delegacia especializada, busque uma delegacia normal).

O que fazer caso eu seja vítima de um assédio?

    • Peça ajuda a quem estiver por perto e acione policiais que estiverem no local. Depois, registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima. Casos assim não podem ser registrados por boletim de ocorrência online;
    • Guarde todas as informações que conseguir referentes ao assédio: anote o dia, horário e local, nome e contato de testemunhas, características do agressor, tire fotos, filme etc. Verifique também se há câmeras no local do crime, pois, a partir disso, as imagens poderão ser solicitadas. Quando fizer o boletim de ocorrência ou qualquer outro tipo de denúncia, é importante levar o maior número de provas do ocorrido. Isso inclui vídeos e fotos no celular, testemunhas, conversas em redes sociais, entre outras. As autoridades policiais precisam de material para conduzir a investigação e a depender do caso, repassar para o Ministério Público. Muitos casos não seguem por falta de provas ou falta de indícios de quem é o autor;
    • Infelizmente, é comum o uso de drogas como “Boa Noite Cinderela” e outras para que a vítima fique sonolenta e mais suscetível ao estupro. Caso o abuso tenha ocorrido através desta prática, é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é realizar o exame o quanto antes possível;
    • Você pode fazer uma denúncia pelos telefones da Polícia Militar (190) e do Disque 180;
    • É importante ressaltar que a autoridade policial não pode se recusar a registrar a ocorrência. Infelizmente, há casos em que a autoridade policial tenta dissuadir a vítima de fazer o boletim. Caso isso aconteça, registre uma reclamação na ouvidoria do órgão em que ocorreu a recusa. Sendo ineficaz, procure o Ministério Público local para denunciar a recusa e o crime.