Advogado é preso após chamar funcionária de mercado de ‘preta fedorenta’

Ele entrou no estabelecimento sem máscara e se ofendeu por ter sido repreendido

17/12/2021 18:29

Na última quarta-feira, 15, o advogado Everardo Braga Lopes, 60 anos, entrou em um supermercado do Distrito Federal sem máscara. Ao ser orientado a colocá-la, começou uma confusão que culminou com a prisão de Braga Lopes por lesão corporalinjúria racial.

Imagens das câmeras de vigilância registraram as ofensas.

Advogado é preso após chamar funcionária de supermercado de ‘preta’ ‘fedorenta’
Advogado é preso após chamar funcionária de supermercado de ‘preta’ ‘fedorenta’ - Reprodução/Redes Sociais

A vítima, uma mulher de 25 anos que trabalha como fiscal de caixa, foi chamada de “preta”, “fedorenta” e, segundo testemunhas, ele esfregava os braços em referência a cor da pela da jovem.

Em outro momento, Braga Lopes teria puxado a máscara da jovem que estava no caixa e dito que ela tinha “focinho feio”, “bafo” e “dente podre”.

Ele também reclamou de alteração dos preços de produtos da loja.

Para a polícia, o advogado disse que chamou a jovem de “Fiona”, de “boca preta” e de “vagabunda”, mas que não foi um ato de racismo.

Como denunciar racismo

Casos como esses estão longe de serem raros no Brasil. Para que eles diminuam, é fundamental que o criminoso seja denunciado, já que racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89. Muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.

Advogado é preso após chamar funcionária de supermercado de ‘preta’ ‘fedorenta’
Advogado é preso após chamar funcionária de supermercado de ‘preta’ ‘fedorenta’ - Redrecords ©️/Pexels

Para começar, é preciso entender que a legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores.

A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.