Alunos da PUC discutem ensino da filosofia no país

16/06/2010 13:02

Misture Rio de Janeiro com São Paulo e cinema com filosofia. O resultado provavelmente será algo parecido com Roberta Mathias, estudante de mestrado na PUC de São Paulo, que tem um projeto de ensino de filosofia para adolescentes da escola pública.

Incentivados pelas professoras Sonia Campaner Miguel (orientadora da Roberta) e Dalva Garcia, Roberta e seus colegas estão lançando uma revista on-line e um blog. O grupo – chamado de Filosofia na Rede –  é formado por seis alunos da entidade, além das duas professoras responsáveis.
A proposta de formar o grupo surgiu com a necessidade da releitura de textos filosóficos sobre educação, a partir da obrigatoriedade da filosofia no ensino médio. O ensino de filosofia nas escolas brasileiras ainda é um tema polêmico entre os estudantes e professores da área porque não existe uma concordância sobre qual seria o melhor enfoque. Enquanto alguns professores ensinam algo mais parecido com história da filosofia, outros aproveitam as aulas para debater temas atuais de relevância, por exemplo.
“A ideia do grupo de estudos é discutir textos filosóficos com o tema sobre o papel da filosofia na educação procurando propor novos caminhos para a filosofia no Brasil. A revista reunirá nossos textos acadêmicos, mas o blog funcionará mais como um meio de interação para além da Universidade”, explica Roberta.
Aliado a essa parte mais teórica, Roberta e seus colegas pretendem conseguir financiamento para montar uma oficina que atenda, em média, 30 alunos de escola pública.  O foco da oficina é aproximar os jovens da cidade onde vivem,  através da leitura de textos filosóficos, trechos de filmes e discussões de situações cotidianas.
Para Roberta, a forma como cada um se relaciona com o espaço onde vive é um tema fundamental. Ela própria, carioca, vive sua segunda empreitada em São Paulo e explica qual sua relação com a cidade. “Moro na Frei Caneca, perto da Paulista. Já morei anteriormente em São Paulo, na mesma rua, na casa de uma família amiga, mas voltei para o Rio. É difícil morar aqui quando não se tem dinheiro”, afirma.