Ancine libera documentário sobre Bolsonaro após ser criticada
“Nem Tudo se Desfaz” é tido como uma espécie de "réplica" ao filme “Democracia em Vertigem”, da diretora Petra Costa
Agência Nacional do Cinema (Ancine) libera documentário sobre Bolsonaro após alvo de críticas do presidente. Nesta terça-feira, 23, a agência autorizou a captação de R$ 530 mil para a produção do documentário “Nem Tudo se Desfaz”, do diretor Josias Teófilo, que pretende contar a partir dos protestos de Junho de 2013 o movimento cultural e político que levou Jair Bolsonaro a Presidência da República, nas eleições de 2018.
O diretor do filme, talvez não por acaso, é o mesmo que dirigiu “O Jardim das Aflições”, que narra a vida de Olavo de Carvalho, que se intitula filósofo e é o guru do atual governo.
O documentário sobre Bolsonaro e sua ascensão política é anunciado com entusiasmo pelos bolsonaristas, por ser considerado uma espécie de “réplica” ao filme “Democracia em Vertigem”, da diretora Petra Costa. Como é o caso de Eduardo Bolsonaro e o próprio Olavo de Carvalho.
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Nas últimas semanas, a Ancine esteve na mira do presidente, que criticou a produção de filmes como Bruna Surfistinha. “O Brasil não pode mais financiar com dinheiro público filmes como o da Bruna Surfistinha, produção de 2011 que narra a história de uma garota de programa”, declarou.
Neste mesmo discurso, Bolsonaro deixou claro que quer ter mais influência sobre a Ancine, e para isso irá transferir a direção da agência do Rio de Janeiro para Brasília.
“Não somos contra essa ou aquela opção, mas o ativismo não podemos permitir em respeito às famílias. É uma coisa que mudou com a chegada do governo”, disse após reunião com o Ministro da Cidadania, Osmar Terra, na qual foram definidas novas propostas para a agência, no último dia 18.
Além da direção do órgão, o presidente assinou um decreto que transferiu o Conselho Superior do Cinema, do Ministério da Cidadania para a Casa Civil. O conselho é responsável por formular a política nacional de audiovisual.
A Ancine foi criada em 2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso, e é responsável por aprovar diretrizes gerais para o desenvolvimento da indústria audiovisual e estimular a presença do conteúdo brasileiro em todos os segmentos de mercado.