Animais não devem ser higienizados com álcool em gel e detergente

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, não há qualquer evidência de que os animais domésticos contraiam ou transmitam a covid-19

Em parceria com ANDA
13/04/2020 14:54

Fotos de cães com as patas queimadas por álcool ou detergente foram divulgadas na web (Foto: Pixabay/ssmiling)
Fotos de cães com as patas queimadas por álcool ou detergente foram divulgadas na web (Foto: Pixabay/ssmiling)

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, não há qualquer evidência de que os animais domésticos contraiam ou transmitam a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A ordem francesa de veterinários ainda alertou para o perigo que o álcool em gel e o detergente, quando usados para higienizar cães e gatos, representam para esses animais.

Nas redes sociais, fotos de cães com as patas queimadas por álcool ou detergente foram divulgadas. Os animais foram higienizados de maneira errada numa tentativa dos tutores de conter o avanço do coronavírus.

A atitude dos tutores, no entanto, se deve exclusivamente ao fato de que os cachorros podem pisar em superfícies contaminadas ou carregar o vírus em sua pelagem após uma pessoa doente espirrar, por exemplo. Assim como os pés e a pele humana, além de objetos como maçanetas, podem funcionar da mesma maneira.

Confira o final desta história e outras notícias inspiradoras sobre animais na ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais).


Coronavírus: como cuidar de cachorros e gatos durante isolamento

Cachorros e gatos podem ser infectados ou transmitir o novo coronavírus a humanos? Devo parar de passear com meu bichinho de estimação durante o período de isolamento? Posso ir ao veterinário? Nos últimos dias, foram muitas as dúvidas da população sobre a relação entre a covid-19 e os animais.

Para solucionar essas e outras perguntas, a Catraca Livre consultou o Conselho Federal de Medicina Veterinária e a veterinária Camila Araujo Figueiredo, voluntária da ONG Médicos do Mundo e responsável pela conta no Instagram Veterinando, para responder as principais questões e acabar com as fake news sobre o tema.

Confira abaixo:

Quais os motivos que levam os cães e gatos a pegar o vírus, mas não transmitir?

Camila Araujo Figueiredo: De acordo com os estudos mais recentes realizados em vários países, ainda não há comprovações de que os cães e gatos possam ser infectados com o vírus e muito menos de que são transmissores.

Fato que a medicina veterinária já previa, pois os agentes causadores de coronavírus nesses animais são considerados espécie-específicos, ou seja, cada espécie de vírus possui receptores exclusivos para cada espécie animal. Sendo o vírus da espécie CCoV específico para cães, o vírus FCoV específico para gatos e o vírus da espécie SARS-CoV 2 (causador da covid-19) específico para humanos. Contudo, os animais podem carrear uma carga viral, mesmo que mínima, para diferentes ambientes.

Posso levar meu cachorro para passear na rua ou deve ser isolado também? E para as pessoas diagnosticadas com coronavírus?

Camila Araujo Figueiredo: Por serem possíveis carreadores do vírus pelo ambiente, não é recomendado sair com animais para passeios, respeitando também a orientação de isolamento social, porém, pessoas saudáveis podem realizar passeios de curto período e distância, apenas para atender às necessidades fisiológicas. É importante evitar contato com outros animais e pessoas, buscando lugares menos aglomerados e os horários mais vazios.

Todas as pessoas com sintomas de gripe/resfriado e diagnosticadas com covid-19 devem evitar contato com os animais. A lavagem das mãos é indicada antes e depois do contato com os pets e somente se o contato for realmente necessário. Além de uso recorrente do álcool em gel e máscara.

Se o animal não transmite nem pega a covid-19, por que não posso ficar perto dele se eu estiver com o coronavírus?

Conselho Federal de Medicina Veterinária: Realmente, não há comprovação científica de que o animal transmita a covid-19, mas o tutor infectado, ao espirrar ou tossir, poderá espalhar partículas com vírus na pelagem do animal. Até o momento, não há informações de que o animal em si desenvolva a doença, mas se o pelo estiver contaminado e outra pessoa o tocar, não há garantia de que não haverá transmissão. Nesse momento de incertezas, todo cuidado faz a diferença para evitar o contágio.

Confira o conteúdo na íntegra.