Ao vivo, atleta e repórter admitem sofrer preconceito no esporte

04/04/2017 11:12

Infelizmente, o preconceito está em todo lugar. Nesta segunda-feira, 4, o programa “Bem, Amigos!”, da emissora SporTV, contou com a presença da atleta transgênero Isabelle Neris e do repórter Abel Neto para falar sobre discriminação no esporte.

Abel Neto e Isabelle Neris falam sobre preconceito em programa da SporTV
Abel Neto e Isabelle Neris falam sobre preconceito em programa da SporTV

Ao vivo, ambos admitiram terem sido vítimas de ofensas transfóbicas e racistas. ”Muitas vezes. Até hoje quando vou a algum estádio, dependendo do estádio tem alguns xingamentos. Em português claro: macaco. Na verdade, esse tipo de falta de educação, de intolerância, tem relação com todo mundo, independente de ser negro”, afirma Abel ao ser questionado sobre o assunto.

Isabelle explicou que sofreu preconceito ao tentar seguir seu sonho. ”Várias vezes, inúmeras vezes cheguei para jogar e pessoas iam embora. Falavam: ‘Se ela vir jogar, não vou jogar’. Foram situações bem constrangedoras. Falavam: ‘Seu lugar não é aqui, o que você está fazendo aqui com a gente?’. Cansei de ouvir isso, só que pensava assim: ‘Por que que não posso estar aqui? Uma das funções do esporte é acolher, não é segregar’. Se é o que realmente amo, gosto e não estou prejudicando a terceiros, porque não posso estar aqui? Então, com esse pensamento, continuei”.

Hoje, depois de muita luta, a atleta é jogadora do time de vôlei Voleiras. “Tentei fazer testes para jogar com naipe masculino, só que era nítido que meu nível técnico, a minha força, não era para o masculino. Gostava do vôlei e não queria parar e para continuar no masculino, não ia conseguir. Já estava querendo dar início ao processo de transformação, aí comecei a jogar e treinar com as meninas e ter um melhor desempenho”, conta.

O repórter Abel também dá uma ponta de esperança em relação ao fim do preconceito: “Acho que todo mundo é igual, mulher, negro, branco, japonês, índio. Enfim, se você tem a oportunidade e vai atrás, você consegue. Ainda bem que é minoria. A maioria é carinhosa, é respeitosa com o nosso trabalho”.

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