Aos 85 anos morre Gilvan Samico, artista plástico pernambucano que resgatou a cultura popular em gravuras

Na segunda-feira, 25, o artista plástico recifense Gilvan Samico faleceu aos 85 anos. Ele estava internado há semanas para tratar um câncer na bexiga. O artista é considerado um dos mais importantes gravuristas do Brasil, especialmente pelas suas xilogravuras com a cultura popular do nordeste como tema.

Com animais e personagens fantásticos, figuras bíblicas, escolha precisa de cores, formas e riqueza em detalhes, Samico recuperou o universo da literatura de cordel e do romance popular em suas gravuras.

Essa temática foi sugerida pelo escritor Ariano Suassuna, na década de 70, quando Samico integrou o Movimento Armorial. A partir de então, o trabalho do artista ganhou mais cores e luz, além de simetria e movimento.

Apesar do reconhecimento, produzia em ritmo “devagar”, sem se preocupar com o tempo. Cochilava no ateliê e dizia que precisa descansar.Não tinha patrão, não era representado por galerias: trabalhava para si mesmo.

Samico foi aluno de Lívio Abramo na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo e Oswaldo Goeldi, na Escola Nacional de Belas Artes, Rio.