Após 28 dias, Eduardo Bolsonaro é notificado pelo STF

O deputado federal é acusado de ameaçar a jornalista Patrícia Lélis

01/11/2018 20:33

Eduardo Bolsonaro responderá por denúncia de agressão contra Patrícia Lélis
Eduardo Bolsonaro responderá por denúncia de agressão contra Patrícia Lélis - Reprodução/Fotomontagem

Após 28 dias, o Supremo Tribunal Federal (STF) conseguiu notificar pessoalmente o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que responderá denúncia de ameaça contra a jornalista Patrícia Lélis.

A notificação foi assinada por Eduardo Bolsonaro na última terça-feira, 30, de acordo com informações do G1. O parlamentar, reeleito pelo estado de São Paulo, terá até o dia 14 de novembro para responder.

Em abril deste ano, Bolsonaro filho foi denunciado pelo Procuradoria Geral da República (PGR) por ameaçar, através do aplicativo de mensagens instantâneas Telegram, a jornalista Patrícia Lélis, que trabalhava no PSC, antigo partido do deputado, antes dele se filiar ao PSL.

A procuradora Raquel Dodge acusa Eduardo de ameaça por palavra ou gesto – crime que prevê prisão de um a seis meses. No caso do parlamentar, a PGR propôs pagamento de multa de R$ 50 mil à jornalista por danos morais; pagamento mensal de 25% do salário de deputado, por um ano, ao Núcleo de Atendimento às famílias e aos autores de violência doméstica; e prestação de serviços à comunidade por 10 horas, em um ano, na instituição Recomeçar – Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília.

Eduardo Bolsonaro manteve-se silente desde a formalização da denúncia, fato que fez com que o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, pedisse a um oficial de Justiça que notificasse o deputado. O oficial tentou encontrar Bolsonaro desde o dia 3 de outubro, mas só conseguiu 28 dias depois.

De acordo com a denúncia apresentada por Raquel Dodge, Eduardo Bolsonaro “teve a preocupação em não deixar rastro das ameaças dirigidas à vítima, alterando a configuração padrão do aplicativo Telegram para que as mensagens fossem automaticamente destruídas após cinco segundos”. Lellis, no entanto, conseguiu gravar as mensagens apresentadas na queixa.

Ainda conforme a PGR, a operadora Claro confirmou que o número que trocou mensagem com a jornalista é o de Eduardo Bolsonaro.