Após 4 casos de suicídio, USP cria escritório de saúde mental
Em ação inédita, Universidade de São Paulo oferece ferramenta unificada de assistência psicológica para alunos
Quarta causa de morte entre jovens no Brasil, o suicídio aumentou 73% entre 2000 e 2016: de 6.780 para 11.736 mortes. Apenas neste este ano, entre maio e junho, ao menos quatro casos foram registrados na USP. Cenário que levou à criação do Escritório de Saúde Mental na universidade paulista.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Andrés Eduardo Aguirre Antúnez, vice-diretor do Instituto de Psicologia e coordenador do programa, explicou que todos os estudantes da universidade terão acesso ao atendimento. Para isso, será necessário um primeiro contato que, eventualmente, pode resultar numa reunião presencial.
As discussões sobre a criação da iniciativa tiveram início em setembro de 2017 – motivada pelos casos de suicídio ocorridos naquele ano. Inicialmente, um espaço provisório será instalado na Superintendência de Assistência Social na USP.
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Além do escritório, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, uma série de atividades sobre o tema foram articuladas nos últimos meses. Para setembro, estão agendadas inúmeras palestras a respeito do assunto.
Rotina esmagadora
Os estudantes apontam uma série de motivos que podem desencadear a depressão no âmbito universitário: carga horária, pressão por notas, relação com colegas e professores estão entre os mais relatados.
Questionada pela reportagem, e estudante Luiza Burgarelli destacou a importância do debate sobre saúde mental e o apoio aos estudantes. “É muito sério quando os alunos adoecem e têm que ir para casa porque, dentro da universidade, não existe espaço, apoio ou algo que os estimulem a ficar ali”, afirma.