Após declarações de Bolsonaro, presidente do BNDES pede demissão

Bolsonaro afirmou estar "por aqui" com o economista e ameaçou demiti-lo na segunda, "sem passar pelo Paulo Guedes"

16/06/2019 10:07

Criticado publicamente por Jair Bolsonaro, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy, pediu demissão do cargo nesta manhã de domingo (16).

“Solicitei ao ministro da Economia, Paulo Guedes, meu desligamento do BNDES. Minha expectativa é que ele aceda. Agradeço ao ministro o convite para servir ao país e desejo sucesso nas reformas. Agradeço também, por oportuno, a lealdade, dedicação e determinação da minha diretoria”, declarou Levy.

Ontem, Bolsonaro afirmou estar “por aqui” com o economista e ameaçou demiti-lo na segunda, “sem passar pelo Paulo Guedes”. O estopim da intriga ocorreu por conta da nomeação de Marcos Barbosa Pinto como diretor de Mercado de Capitais – que também renunciou do cargo.

Presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy
Presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy - Antonio Cruz - Agência Brasil

Na carta, Levy também agradeceu todos os funcionários do BNDES, “que têm colaborado com energia e seriedade para transformar o banco, possibilitando que ele responda plenamente aos novos desafios do financiamento do desenvolvimento, atendendo às muitas necessidades da nossa população e confirmando sua vocação e longa tradição de excelência e responsabilidade”.

Declarações de Jair Bolsonaro

Na tarde de sábado, o  presidente Jair Bolsonaro criticou e ameaçoudemitir Levy. Bolsonaro disse estar “por aqui” com o chefe do banco, que estaria “com a cabeça a prêmio”.

O atual Presidente falou com jornalistas quando deixava o Palácio da Alvorada para a Base Aérea de Brasília, de onde embarca para agenda no Rio Grande do Sul.

O motivo do descontentamento, disse Bolsonaro, foi a nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do BNDES. Para Bolsonaro, o nome não é de confiança, e “gente suspeita” não pode ocupar cargo em seu governo.

Entenda o caso: