As 4 maiores bizarrices da entrevista de Silvio com Bolsonaro

Você tem noção de que horas o presidente se levanta da cama e já vai para o zap? Pois ele sente o maior orgulho em dizer

06/05/2019 11:09

Na noite de domingo, 5, o SBT exibiu a entrevista de Silvio Santos com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), gravada durante a semana. Eles conversaram não só sobre a vida e as peculiaridades da rotina de Bolsonaro, mas também de assuntos como Reforma da Previdência, posse de armas e trânsito.

Foi muito estranho (e um tanto cômico) assistir a dois homens brancos e ricos, totalmente alheios à realidade brasileira, conversarem sobre assuntos que afetam, diretamente, a população mais carente do Brasil.

Silvio Santos e Jair Bolsonaro usam tom de ameaça ao falarem sobre a Reforma da Previdência
Silvio Santos e Jair Bolsonaro usam tom de ameaça ao falarem sobre a Reforma da Previdência - reprodução/SBT

Foram 30 longos minutos de entrevista e muitas bizarrices. Mas, para facilitar a sua vida, resolvi separar aqui quatro bizarrices faladas por Silvio e Bolsonaro durante esse bate-papo.

Reforma da Previdência em tom de ameaça

A maior parte da entrevista foi tomada pelo tema da Reforma da Previdência, em que não houve sequer uma divergência entre presidente e apresentador.

Bolsonaro disse que “essa reforma é pra ajudar os pobres”. E afirmou que o país gasta “aproximadamente R$ 750 bilhões por ano com aposentadorias”. Silvio simplificou a discussão insistindo que, sem uma reforma da Previdência, o país corre o risco de voltar a enfrentar inflação.

“Quando o Brasil não tiver mais dinheiro para pagar as pessoas aposentadas, vai fazer dinheiro. Aí entra a inflação. Começando a inflação… Lembra quando os preços mudavam três vezes por dia? Inflação é muito ruim”, disse.

E repetiu, em tom de ameaça: “Se não fizer a previdência, vai ter inflação. Tendo inflação, o que acontece?” E disse mais uma vez: “A Previdência é importante. Não é porque o presidente está aqui. Não tem saída. Se não reformar a Previdência, vai ter inflação. Estou defendendo, com raciocínio. Se não reforma a Previdência, vão fazer dinheiro, começa a inflação”.

Tirar um direito do trabalhador parece ser a única saída para se resolver o problema da previdência social. É sempre nas costas do mais pobre, e por eles tudo bem?

“Eu quero que o motorista tenha prazer em dirigir”

Bolsonaro voltou a defender a retirada de radares de velocidade nas estradas para que o brasileiro volte a ter “o prazer em dirigir”. Interessante que nem ele, nem Silvio, se aventuram pelas estradas nacionais. Ambos podem muito bem pegar um avião.

O presidente ainda chegou a afirmar que os radares causam mais acidentes e prejudicam o trânsito, sem citar nenhuma fonte ou pesquisa.

“Causa mais acidente, até. E se arrecadam, por ano, bilhões disso no Brasil. É dinheiro que você tira do povo. Quando você tira do caminhoneiro, ele bota no frete. Aumenta o produto na prateleira frete”, declarou.

Em 2014, a cidade de Nova York, nos EUA, reduziu o limite máximo de velocidade nas ruas, com o objetivo de zerar o número de mortes em acidentes de carro. Já que Bolsonaro ama tanto o país de Donald Trump, por que não se espelhar nas coisas boas?

“O Brasil vai virar faroeste”

Uma grande divergência de opinião entre Silvio e Bolsonaro ficou evidente ao falarem sobre porte e posse de armas. Silvio Santos disse que se liberar, o Brasil “vai virar um faroeste”.

Constrangido, o presidente chega a questionar o apresentador se ele vai muito aos Estados Unidos. “Lá a posse e o porte [de arma] são liberados”, disse o presidente.

O Dono do Baú não concordou com a comparação. “Nos Estados Unidos quando um cara faz um negócio qualquer ele vai pra cadeia e fica. Aqui, não”, disparou.

“Desde às 5h no zap”

Em um dos momentos mais descontraídos da entrevista, Silvio pergunta a Bolsonaro a que horas ele chega ao Palácio da Alvorada.

O presidente foi categórico ao responder que sai de casa às 8h, e chega às 8h10. “Se bem que eu tô acordado a partir das 5h e já fico ali no zap”.

Governar pelo WhatsApp parece ser algo religioso para Bolsonaro.

Assista à entrevista completa (mas compre um antiácido antes)