Assessoria de Bolsonaro diz que fusão de pastas não está decidida

A possível fusão da Agricultura e Meio Ambiente gerou críticas da sociedade e de organizações ambientais

01/11/2018 10:06 / Atualizado em 05/05/2020 12:06

A fusão das pastas foi anunciada dois dias depois do segundo turno
A fusão das pastas foi anunciada dois dias depois do segundo turno - Tânia Rêgo/Agência Brasil

Jair Bolsonaro (PSL) ainda não decidiu sobre a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. Segundo o G1, a informação foi passada pela assessoria do presidente eleito na noite desta quarta-feira, 31, depois que ele se reuniu com o empresário do agronegócio Luiz Antônio Nabhan Garcia.

Apos a reunião, Garcia declarou que Bolsonaro “quer ouvir todo mundo para depois tomar uma decisão”. Nesta terça-feira, 30, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, falou sobre a intenção do presidente eleito em unir os dois ministérios.

A possível fusão da Agricultura e Meio Ambiente gerou críticas da sociedade civil e de organizações ambientais.

Um abaixo-assinado público foi criado para criticar a proposta do novo governo e defender a participação da sociedade nessa decisão. O texto lista nove motivos para dizer “não à fusão”, como a importância estratégica do MMA para a preservação e o desenvolvimento do país.

O atual ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, divulgou uma nota em que demonstrava preocupação com a decisão do governo de Bolsonaro.

Duarte argumentou que os ministérios “têm agendas próprias, que se sobrepõem apenas em uma pequena fração de suas competências”. Como exemplo, ele citou os 2.782 processos de licenciamento que tramitam no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dos quais apenas 29 têm relação com a agricultura.

O MMA, que tem poder regulatório e fiscalizador sobre diferentes áreas, lembrou ainda que é importante proteger as riquezas naturais do Brasil, que tem a maior biodiversidade do mundo, a maior floresta tropical e 12% da água doce do planeta, para consolidar o protagonismo global do país na busca por uma economia sustentável e para o desenvolvimento socioeconômico do país.