Ataque dos EUA vai impactar preço do Petróleo no Brasil, diz Bolsonaro
"Que vai impactar, vai. Agora vamos ver nosso limite aqui, porque já está alto, e se subir mais, complica", declarou o presidente
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 3, que o ataque dos Estados Unidos a um comboio no Iraque, que resultou na morte de Qassem Soleimani, o maior comandante militar do Irã e chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, deverá impactar no preço dos combustíveis no Brasil.
De acordo com informações da Agência Brasil, o presidente da República descartou a possibilidade de tabelar o preço do produto para controlar impactos e afirmou que vai discutir o assunto com a equipe econômica e com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.
“Tive algumas informações [sobre o ataque] nessa madrugada, e vou me encontrar com o Heleno [do GSI] para me inteirar sobre o que aconteceu para, depois, emitir juízo de valor”, declarou Bolsonaro. O ataque intensificou a tensão entre os países e isso pode se refletir em todo o mundo.
Questionado se o governo brasileiro pretende intervir em políticas de preços como o tabelamento, o presidente respondeu: “Que vai impactar, vai. Agora vamos ver nosso limite aqui, porque já está alto, e se subir mais, complica. Mas não posso tabelar nada. Já fizemos esse tipo de política de tabelamento antes e não deu certo. Vou agora conversar com quem entende do assunto”.
Jair Bolsonaro voltou a defender a quebra do monopólio da Petrobras como uma alternativa para baratear os combustíveis. “Temos de quebrar o monopólio [para evitar a alta dos combustíveis]. A distribuição é ainda o que mais pesa no preço, e depois o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], que é um imposto estadual” acrescentou.
O ataque
Qassem Soleimani, o maior comandante militar do Irã e chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, foi morto em um ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos em Bagdá, capital do Iraque, na noite da última quinta-feira, 2. A Casa Branca não deu detalhes de como o ataque foi realizado.
A mídia estatal do Iraque relatou nesta sexta-feira, 3, que Soleimani, 62 anos, estava entre as vítimas do ataque, que teve como alvo o seu comboio, nas proximidades do Aeroporto de Bagdá. Segundo as forças de segurança do Iraque, ao menos nove pessoas morreram no ataque.
O Departamento de Defesa dos EUA divulgou uma declaração informando que “sob o comando do presidente [Donald Trump], as forças armadas dos EUA agiram defensivamente de forma decisiva, matando Qassem Soleimani para proteger os indivíduos americanos no exterior”.
Soleimani era o comandante da unidade de elite Força Quds, uma brigada de forças especiais responsável por operações militares extraterritoriais do Irã que faz parte da Guarda Revolucionária Islâmica.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, muito próximo a Soleimani, prometeu nesta sexa “dura vingança” contra os Estados Unidos e declarou três dias de luto nacional.
Khamenei disse que o assassinato do general irá dobrar as motivações da resistência contra os Estados Unidos. Ele também disse que “uma retaliação severa espera aqueles que mataram Soleimani”.
“Sua partida (de Suleimani) não acaba com a sua missão e uma dura vingança aguarda os criminosos que têm seu sangue e o sangue dos outros mártires em suas mãos”, disse o líder supremo em comunicado. Ele também anunciou que o brigadeiro-general Esmail Ghaan vai assumir o posto de Soleimani e que a Guarda irá permanecer “inalterada”.