Ativistas do Greenpeace são presos em protesto no Palácio do Planalto
Na manifestação, o grupo espalhou óleo no local em repúdio à política ambiental do governo Bolsonaro
Ativistas do Greenpeace Brasil foram detidos pela Polícia Militar nesta quarta-feira, 23, após realizarem um protesto pacífico em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Em repúdio à política ambiental do governo de Jair Bolsonaro, a ONG levou ao local de trabalho do presidente da República, de maneira simbólica, o derramamento de óleo do Nordeste e a Amazônia destruída. As 19 pessoas presas foram liberadas depois de três horas.
Na manifestação, o grupo colocou tinta preta no asfalto para simbolizar o óleo derramado nas praias da região. Segundo o Greenpeace, a tinta usada é uma mistura não tóxica de tapioca maizena e anilina. Os ativistas também espalharam madeira queimada, que teria sido recolhida de locais de extração ilegal na Amazônia.
No Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, criticou a ação e chamou os manifestantes de “ecoterroristas”. Ele também bloqueou a organização em sua rede social.
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Desde o fim de agosto, as manchas de petróleo na região afetam a natureza, os animais marinhos, as pessoas, a pesca, o turismo e a economia de centenas de locais em todos os estados da região Nordeste. “A demora em combater e mitigar o maior desastre de petróleo do país em extensão prova que o governo federal não está preparado para responder a derramamentos como esse, deixando nossos oceanos ainda mais ameaçados”, ressalta a instituição.
“Enquanto o óleo se espalha, o governo Bolsonaro segue realizando leilões e oferecendo mais de dois mil blocos de petróleo em diversas áreas sensíveis social e ambientalmente, da costa brasileira à floresta amazônica”, diz Thiago Almeida, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. “Vivemos uma emergência climática, precisamos abandonar os combustíveis fósseis e acelerar a transição para uma matriz energética 100% limpa e renovável.”
Assista ao vídeo do protesto: