Ator rebate críticas racistas por interpretar personagem “tradicionalmente branco”

Michael B. Jordan interpretá "O Tocha Humana" em nova versão do "Quarteto Fantástico"; contrários à decisão, fãs justificaram que a escolha destruiu a série de 1961

26/05/2015 11:59 / Atualizado em 04/05/2020 17:25

Em Hollywood, atores como Whoopi Goldberg, Halle Barry, Morgan Freeman, Denzel Washington, Alfre Woodard, Queen Latifa, Forest Whitaker, Denny Glover e Gabourey Sidibe são alguns dos nomes que ajudaram a levar o negro para as grandes telas em memoráveis interpretações da sétima arte. Recentemente, o ator Michael B. Jordan, escolhido para interpretar o personagem O Tocha Humana, em “Quarteto Fantástico”, retomou a questão racial no cinema ao rebater as críticas por “interpretar um personagem tradicionalmente branco”.

O texto foi publicado no site “Entertaiment Weekly“, onde o ator reiterou que os críticos “tirassem as cabeças do computador” para “entender o mundo em que vivemos”. Sua decisão de vir à público foi motivada por argumentos racistas que alegavam que a produtora havia “destruído” a série de filmes e “não estava sendo fiel aos livros”.

Ator publicou o artigo no último dia 22 de maio no site “Entertainment Weekly”
Ator publicou o artigo no último dia 22 de maio no site “Entertainment Weekly”

Jordan espera que o episódio motive os diretores a escolherem, em suas próximas produções, mais minorias étnicas para papéis de protagonista. E assume o peso de “suportar esse ódio sobre os ombros e carregar o fardo para as próximas gerações. Talvez, se eu servir de exemplo, Hollywood vai começar a considerar mais pessoas negras em outros papéis proeminentes e talvez nós possamos alcançar as pessoas que estão presas na mentalidade de que ‘é preciso ser fiel aos livros de quadrinhos’. Ou talvez possamos ir além deles”, escreveu.

O Tocha Humana dos dias atuais

Originalmente representado como branco, loiro e de olhos azuis, o personagem remonta à primeira versão dos quadrinhos do “Quarteto Fantástico”, de 1961. Jordan afirma que não espera que o mundo “esqueça os 50 anos de histórias em quadrinhos”, mas também não deixou de lembrar que, hoje, a sociedade é “mais diversa” que há cinco décadas.