Inversão da ausência paterna: ‘deixei meu filho pro pai criar’
Para falar de maternidade, é preciso falar também sobre abandono paterno. Uma breve análise dos dois últimos censos do IBGE – respectivamente de 2005 e 2015 -, revela que o Brasil teve um aumento no número de mães solo em mais de 1 milhão. Para além da autonomia das mulheres, esse dado é sintomático de uma triste realidade, a desigualdade de gênero em relação aos cuidados de uma criança e a ausência do pai.
Para problematizar essa questão, aproveitando o ensejo do mês das mães, a artista Fernanda Brandão, do canal É Cena, produziu um vídeo satírico que aborda o assunto. A produção é Rafael Procópio, com texto de Debie Araya e produção da Raiz Filmes.
Na cena, uma mãe fictícia que assume o discurso dos pais ausentes. Colocada na boca de uma mulher, as frases ganham status de absurdo e chamam a atenção para a imagem socialmente construída dos papéis de mãe e de pai. Aparecem no vídeo frases como “Eu queria estudar, trabalhar, viajar, ver minhas amigas, e filho atrapalha“, e “Mas isso não quer dizer que eu vou abandonar ele. Sempre que eu puder, eu passo pra levar ele passear no fim de semana“.
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Afinal, porque negligência de mãe é condenada, enquanto a dos pais costuma ser naturalizada e vista como simples displicência? Assista:
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