BA: Mulher é estuprada dentro de casa enquanto dormia e denuncia

Segundo a jovem, ela acordou com um homem em cima dela, se masturbando, enquanto tocava a vagina dela.

Maria do Carmo Ribeiro, de 27 anos, moradora de Caraíva, uma vila no extreme Sul da Bahia, pertencente ao município de Porto Seguro,  denunciou em suas redes sociais e para a Polícia Cívil, que foi estuprada dentro de casa enquanto dormia, no último dia 21, por volta das 5h30. Com informações obtidas pelo portal ‘G1’.

BA: Mulher é estuprada dentro de casa enquanto dormia e denuncia
Créditos: Reprodução/TVGlobo
BA: Mulher é estuprada dentro de casa enquanto dormia e denuncia

Segundo a jovem, ela acordou com um homem em cima dela, se masturbando, enquanto tocava a vagina dela.

“Suas pernas estavam sobre as minhas, uma de suas mãos estava esfregando minha vagina e com a outra ele se masturbava. Assim que me viu abrir os olhos ele continuou, como se nada tivesse acontecido. Nunca esquecerei daqueles olhos frios e daquele corpo asqueroso sobre o meu. Não sei de onde tirei forças – comecei a bater nele e levantar. Ele se esquivava e tentava segurar meus braços, comecei a gritar e xingar”, disse Maria do Carmo no post.

Ela contou ainda que o estuprador só parou após ouvir um barulho vindo de outro cômodo. O agressor fugiu por uma parte destelhada no banheiro da casa.

“Foi aí que ouvimos meu companheiro, que eu não sabia que dormia no cômodo ao lado[…] Num pulo, o agressor, que agora sei que chama Tácio da Conceição Bonfim, abriu a porta do banheiro, pegou impulso no vaso e na máquina de lavar e pulou pela parte destelhada da casa. Meu companheiro passou a procurá-lo às voltas da casa”, contou.

“Enquanto meu companheiro buscava voltei ao quarto e notei que havia sumido meu celular. E uma cueca e um protetor solar que ele usou como lubrificante em mim repousavam sobre a cama. O estuprador estava escondido atrás de uma moita e fugiu na direção oposta a que fomos procurar, fato que soubemos posteriormente, através do meu vizinho que o viu atravessar seu quintal”, seguiu a vítima em seu relato.

A vítima contou que o estuprador foi preso no dia seguinte ao crime, depois de outros moradores de Caraíva o encontrarem no centro da vila. “Na noite do dia seguinte, na certeza de que nada aconteceria, ele foi à vila e foi contido. Imediatamente me chamaram para reconhecê-lo. Reconheci o aparelho e o homem na hora. A polícia veio à Caraíva para levá-lo, saímos à 1h30 da manhã e chegamos às 3h30 na delegacia de Porto Seguro, onde prestei declarações, enquanto ele ainda teve a pachorra de negar o crime. Meu celular me foi restituído e voltei pra casa. Exausta, abalada, exaurida”, contou.

Apesar da prisão, a Justiça arbitrou fiança de apenas R$ 3,5 mil. O delegado que registrou o crime o tipificou apenas como importunação sexual e furto simples.

Maria questionou a decisão e apontou que a relatos, em Caraíva, de que  outras mulheres foram estupradas pelo mesmo homem.

“Nesse meio tempo muita gente me procurou pra dizer que há outras vítimas dele […] Muitas confirmaram seu perfil agressivo e frio. […] A justiça, sem saber destes detalhes, concedeu a ele liberdade provisória mediante o pagamento de fiança no valor mínimo. Ou seja – se pagar 3.500 reais, Tácio da Conceição Bonfim, que me estuprou há menos de uma semana, vai voltar às ruas da pequena vila onde resido, oferecendo perigo para mim em especial, mas também para outras potenciais vítimas”, pontuou

Polícia

Segundo a 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), o homem foi preso por moradores da região, com o aparelho celular roubado, e depois levado para o plantão de polícia em Porto Seguro, no mesmo dia do crime.

Apesar disso, como não foram identificados emprego de violência ou grave ameaça, o caso foi autuado como importunação sexual e furto simples. Por isso, a Justiça arbitrou fiança de R$ 3,5 mil.

A polícia disse ainda que entrou em contato com a vítima, solicitando na colaboração na identificação de outras mulheres. Mas, a vítima informou que com medo, outras mulheres não quiseram formalizar os casos. Mesmo assim, outras diligências serão realizadas ao longo da semana acerca para identificar outros possíveis crimes feitos pelo homem.

O que fazer caso eu seja vítima de estupro?

Nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido
Créditos: Getty Images/Vetta
Nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido
  • Cuide da sua saúde em primeiro lugar. Antes de se preocupar com as medidas legais é importante receber atendimento médico, se necessário. Existem centros especializados em saúde da mulher que costumam estar melhor preparados para os casos de violência sexual.
  • Chame a polícia ou vá até uma delegacia.
  • Será feito um boletim de ocorrência e você será encaminhada, em seguida, a um hospital para realizar exames e receber medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (como o HIV), além de receber a pílula do dia seguinte para evitar gravidez, caso já não tenha passado por atendimento médico.
  • O boletim de ocorrência logo após o crime é importante para que seja feito o exame de corpo de delito (realizado por um médico no Instituto Médico Legal — IML). Por essa mesma razão, não é recomendável que a vítima tome banho após o ocorrido, pois isso pode impedir a coleta de algumas provas importantes para a investigação e posteriormente para o processo criminal (ex: identificação da presença de sêmen o que pode auxiliar até na identificação do autor). Além disso, é importante guardar as roupas usadas no momento do crime para coleta de provas. O DNA do autor pode ser coletado destas peças de roupa, por exemplo.
  • Nos casos em que houve o uso de drogas como o “Boa Noite Cinderela” é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é fazê-lo o quanto antes possível.

Nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido contra ela. A culpa jamais será da vítima e pressão de amigos e familiares indagando sobre a roupa, comportamento, postura, circunstâncias corroboram para os altos índices de suicídio entre vítimas de estupro.