Babá que pulou de prédio na Bahia relata desespero ao fugir

Outras seis ex-funcionárias prestaram queixas de violência contra Melina Esteves França

A babá Raiana Ribeiro da Silva, de 25 anos, que pulou do terceiro andar de um prédio em Salvador (BA), revelou mais detalhes sobre a violência a que foi submetida durante o cárcere privado.

Em entrevista exibida pelo programa “Fantástico”, da TV Globo, na noite deste domingo, 29, Raiana contou que além das agressões físicas e verbais, teve o cabelo puxado e o corpo mordido e empurrado por Melina Esteves França.

A babá Raiana pediu ajuda antes de pular de prédio em Salvador para fugir da patroa
Créditos: Reprodução/TV Globo
A babá Raiana pediu ajuda antes de pular de prédio em Salvador para fugir da patroa

“Era muita maldade, muita maldade. Ficava me xingando de vagabunda. Era muita maldade”, conta Raiana.

A babá disse ainda que conseguiu pela internet o emprego para cuidar das trigêmeas de 1 ano e 9 meses de Melina. No entanto, antes de completar uma semana no serviço, comunicou a patroa que havia encontrado outro trabalho, o que teria despertado a fúria.

“Vou te mostrar, sua vagabunda, se você vai embora”, teria dito Melina.

Babá conta detalhes da fuga

Raiana também revelou detalhes antes de escapar pela janela do prédio. “Puxou meu cabelo, me mordeu, me empurrou. Aí eu saí correndo e me tranquei no banheiro. Aí eu mandei um áudio para minha irmã, pedindo socorro”.

A babá Raiana Ribeiro da Silva, de 25 anos, contou que era agredida e mantida em cárcere privado pela patroa
Créditos: Reprodução/TV Bahia
A babá Raiana Ribeiro da Silva, de 25 anos, contou que era agredida e mantida em cárcere privado pela patroa

Raiana ainda tentou pedir ajuda a um vizinho por meio da varanda, mas foi vista por Melina, que a trancou novamente no banheiro.

” Eu achei que eu passando pelo basculante e agarrando uma linha que tinha, eu ia alcançar a outra janela, só que eu não alcancei. Aí foi que eu pulei, me soltei”, conta a babá.

Outras mulheres denunciam ex-patroa

Este não seria o primeiro caso de agressões e maus-tratos por parte de Melina Esteves França. Outras seis ex-funcionárias prestaram queixa na polícia.

O “Fantástico” ouviu duas delas. Uma procurou a delegacia depois da denúncia de Raiana.

Na entrevista, ela afirmou que trabalhou em junho como babá das trigêmeas de Melina e relatou os casos de agressões e maus-tratos sofridos durante 15 dias, além da falta de pagamento pelo serviço. Segundo ela, o horário de trabalho era das 8h às 20h, sem carteira assinada.

Outra mulher, que também preferiu não se identificar, também relatou falta de pagamento após dois meses de trabalho para Melina França, em 2019.

“Quando chegou a data que eu fui cobrar ela, ela me ameaçou. Começou a gritar dentro do apartamento dizendo que eu queria bater nela”, afirmou.

A mulher relatou que no mesmo dia foi à delegacia prestar queixa contra Melina.

Violência doméstica

Qualquer cidadão pode fazer uma denúncia anônima sobre casos violência infantil pelo Disque 100
Créditos: Getty Images/iStockphoto
Qualquer cidadão pode fazer uma denúncia anônima sobre casos violência infantil pelo Disque 100

Quando pensamos em violência doméstica, logo imaginamos pais batendo nos filhos. Mas esse tipo de violência infantil pode ser física, psicológica, sexual e manifestar-se por negligência, como: deixar a criança em casa sem vigilância, negligenciar cuidados médicos e alimentação adequada, exposição do menor a situações que gerem perigo à vida ou à saúde, utilização da criança para realização de trabalho.

Há um universo inteiro de formas como a violência pode se dar, como a síndrome de Munchausen por procuração (quando um dos pais simula sintomas de doenças inexistentes no filho), intoxicações, envenenamentos, violência virtua e até o extremo filicídio (quando a criança é morta por um dos pais).

Como denunciar?

Disque 100

Como nos casos de racismo, homofobia e outras violações de direitos humanos, qualquer cidadão pode fazer uma denúncia anônima sobre casos violência infantil pelo Disque 100. A denúncia será analisada e encaminhada aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização em direitos humanos, respeitando as competências de cada órgão. Leia a matéria completa no link.