Catraca Livre defende lan house

20/11/2009 08:56 / Atualizado em 14/03/2013 14:06

A inclusão digital é um processo sem nenhum incentivo do governo; é preciso tirar as lan houses da informalidade

A universalização do acesso à banda larga transformou-se na última grande bandeira social do presidente Lula. Mas as próprias estimativas oficiais indicam que, para a ideia sair do papel, seriam necessários pelo menos 5 anos e, no mínimo, R$ 180 bilhões.

Para se ter, na prática, o acesso dos mais pobres a uma conexão veloz de internet, bastaria investir na rede de lan houses espalhada pelo país. Com muito menos dinheiro -aliás, com apenas uma pequena parcela daquela cifra bilionária- seria possível ampliar a rede, tirá-la da informalidade e sofisticá-la imediatamente.

São 108 mil lan houses e, só para dar uma medida de comparação, temos, em todo o país, menos de 20 mil agências bancárias.

Por essa rede, instalada nas periferias e nos bairros mais pobres, circulam 31 milhões de pessoas, o que representa, segundo o Ibope, 48% de todos os brasileiros que acessam a internet.

Do total de frequentadores das lan houses, 24 milhões são das classes C, D e E. É um espaço, como todos sabem, onde imperam os mais jovens. De cada dez adolescentes entre 10 a 15 anos, seis passam por lá.
A tradução é a seguinte: a inclusão digital no Brasil é um processo clandestino, sem nenhum incentivo do governo. Banda larga de pobre se chama lan house.

Confira o documento com a pesquisa

Conexão Cultura

Leia esta coluna na íntegra no jornal Folha de S.Paulo, publicado em 29 de novembro de 2009.