Blogueira fitness escreve relato impactante sobre assédio sexual

A blogueira fitness norte-americana Erin Bailey escreveu um texto impactante sobre o que as mulheres que são vítimas de assédio sexual sofrem diariamente. Em luta contra o machismo, a jovem publicou um desabafo em seu blog na última quinta-feira, dia 11, com o título “What do we deserve” (“O que nós merecemos”).

No início, o texto começa com uma breve apresentação da blogueira. “Eu sou uma mulher de 25 anos vivendo em Boston. (…) Meus shorts de compressão da Nike são tamanho pequeno e eu gosto de usá-los quando malho porque eu me esforço tanto até que cada poro do meu corpo sue. Então eu fico pegajosa, malcheirosa e roupas folgadas só atrapalham o meu treino”, afirma.

A blogueira americana mostrou o que as mulheres vítimas de assédio merecem
Créditos: jenny moloney photography
A blogueira americana mostrou o que as mulheres vítimas de assédio merecem

“Costumo correr de top porque estão 30ºC lá fora com 50% de umidade e eu estou treinando para uma meia maratona e então 11-16 km neste calor com camadas de roupas é simplesmente brutal. Então me diga, o que eu mereço?”, continua Erin.

Em seguida, ela conta sobre um caso de assédio ocorrido em um parque local de Boston. “Era uma tarde quente de sábado e no meio do meu treino tinha um cara que veio do outro lado do parque até mim e começou a falar comigo a alguns centímetros de distância. Eu tirei meus fones de ouvido pensando que ele estava me pedindo alguma coisa, mas ao invés disso meus ouvidos foram inundados com coisas profanas que ele ‘queria fazer comigo'”, continua.

Depois, a blogueira lista outros casos de assédio, como, por exemplo, quando foi perseguida por um homem desconhecido ao sair de uma loja para comprar sorvete. Erin também diz sofrer abuso sexual até na academia, onde um homem teria dito que gostava de sua calça porque sua bunda ficava ótima.

“Eu deveria parar de ir ao parque? Eu não deveria correr no centro de Boston, em plena luz do dia? Eu não deveria ir na 7Eleven ou na lavanderia às seis horas uma noite de quarta-feira? Eu não deveria ir para a academia?”, relata.

E o que as mulheres que são assediadas merecem? Erin responde:

“Nós merecemos não nos sentir silenciadas pelos seus gritos.

Nós merecemos nos sentir empoderadas por nos aperfeiçoarmos.

Nós merecemos nos sentir sexy em nossa própria pele sem sentir como se estivéssemos aqui para seduzi-los.

Nós merecemos falar sem a ameaça persistente de vocês na cabeça.

Nós merecemos correr lá fora.

Nós merecemos ser julgadas pelos nossos méritos e não por nossas roupas.

Nós merecemos mais. Muito mais.”