Bolsonaro diz que ‘ganhou’ de Doria com suspensão de testes da Coronavac
Apesar da suspensão, o Instituto Butantan afirma que o óbito de voluntário não tem relação alguma com a vacina
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta terça-feira, 10, ter ganhado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) ao compartilhar a informação de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu os estudos clínicos da vacina contra a covid-19 produzida no Brasil em parceria do Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, a CoronaVac.
“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu Bolsonaro, no Facebook, em resposta a um internauta.
A interrupção temporária dos estudos clínicos da vacina CoronaVac aconteceu, segundo a Anvisa, devido a um “evento adverso grave”. A agência não deu nenhuma razão específica para o evento. Agora, com a suspensão, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado nesta fase de testes.
- América Central: 5 países para incluir na sua próxima viagem
- Férias com crianças a 40 minutos de São Paulo
- Já ouviu falar de transplante de sobrancelha? Veja curiosidades sobre o procedimento
- Como reconhecer a deficiência de vitamina K e seus efeitos no corpo?
O Instituto Butantan, órgão do governo de São Paulo informou que houve a morte de um voluntário de 33 anos, mas que o óbito não tem relação alguma com a vacina.
Até o momento não sabemos se o problema com a CoronaVac é científico, técnico, ou político. Mas vale destacar que já houveram duas paralisações de testes em vacina, no Brasil. Aconteceu com o imunizante da AstraZeneca e o da Johnson & Johnson. Em nenhum desses casos Bolsonaro fez qualquer pronunciamento.
Agora, quando o caso se trata da vacina produzida no Brasil por uma iniciativa do seu desafeto político, o governador João Doria (PSDB), Bolsonaro quis se manifestar.
A Anvisa não explicou porque interromper os testes com a vacina do Butantan, instituto que produz metade das vacinas usadas no Brasil.
Vale destacar que não foi o comitê de auditoria externa da CoronaVac que interrompeu a pesquisa.
Quando houve as interrupções de testes na vacina da AstraZeneca e na da Johnson & Johnson, a Anvisa não determinou a paralisação dos testes. Na verdade, todas as interrupções foram determinadas pelos comitês de auditoria externa de cada pesquisa.