Bolsonaro revela que sabia de reportagem do ‘JN’ sobre porteiro
Presidente disse que não podia se antecipar por acusação de acesso ao processo
A ‘novela’ em torno da reportagem do ‘Jornal Nacional’ sobre o caso Marielle envolvendo o porteiro do condomínio de Jair Bolsonaro está longe de acabar. Isso porque o presidente afirmou que já sabia que a emissora colocaria no ar, no dia 29 de outubro, a matéria que o vinculava aos suspeitos pelo assassinato da vereadora e de Anderson Gomes.
De acordo com o colunista Maurício Stycer, uma semana após a exibição da reportagem, no dia 4 de novembro, o diretor de jornalismo do canal, Ali Kamel, deu a entender que a emissora pode ter sido objeto de uma cilada, alegando que o advogado de Bolsonaro, ao ser ouvido, omitiu da reportagem a informação de que ele “sabia da existência do áudio que mostrava que o telefonema fora dado, não à casa do presidente, mas à casa 65, de Ronnie Lessa”.
Kamel também disse que “uma fonte absolutamente próxima da família do presidente Jair Bolsonaro procurou nossa emissora em Brasília para dizer que ia estourar uma grande bomba, pois a investigação do caso Marielle esbarrara num personagem com foro privilegiado”.
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Ainda segundo o colunista, na última segunda-feira, 11, o presidente Bolsonaro disse em entrevista ao site O Antagonista: “Agora por que a Globo divulgou? Eu vou deixar claro para você. Quando meu avião decolou para o Japão, passadas algumas horas, eu juntei lá tinham cinco parlamentares, mais ministros, juntei o pessoal e falei ó: ‘Durante a minha viagem, vai acontecer isso. A TV Globo vai falar em primeira mão esse caso da Marielle’. Expliquei tudo para não se apavorarem que estava tudo resolvido da minha parte, mas a Globo ia botar no ar e a Globo botou.”
Ao ser questionado sobre não ter se antecipado para se defender, Bolsonaro completou: “Não posso fazer isso, negativo. Até porque eu seria acusado de quê? De ter tido acesso ao processo, de antecipadamente falar que foi algo combinado para chegar na TV Globo. Não podia fazer isso”.