Bolsonaro suspendeu multa de R$ 27,1 mi a consórcio integrado pela ex-mulher de Wassef
Punição aplicada a empresa de Cristina Boner Leo pela Dataprev em 2018 foi revista na atual gestão
O governo federal suspendeu uma multa de R$ 27,1 milhões aplicada a um consórcio empresarial que tinha entre seus participantes a Globalweb Outsourcing, que tem como fundadora e presidente do conselho de administração a empresária Cristina Boner Leo, ex-mulher do advogado Frederick Wassef.
Segundo reportagem do jornal O Globo, o consórcio foi contratado pela Dataprev em 2014, mas não entregou os serviços. A multa foi suspensa em março do ano passado.
De acordo com a reportagem, o consórcio MG2I foi contratado para elaborar um sistema de tecnologia para a Dataprev até 2015, porém, o prazo foi postergado para o ano seguinte. Em 2018 o órgão rescindiu o contrato e aplicou uma multa no valor total de R$ 21,7 milhões.
A multa, porém, acabou sendo suspensa por uma decisão do governo Jair Bolsonaro e o contrato foi prorrogado até outubro deste ano. A Dataprev informou que o caso está em análise e nega que tenha havido interferência política.
Esta semana o Ministério Público de Contas pediu que TCU (Tribunal de Contas da União) investigue empresa fundada por ex-mulher de Frederik Wassef.
O MP suspeita de tráfico de influência, já que a empresa segue prestando serviços para 12 órgãos do governo federal, entre eles o Ministério da Educação. Em pouco mais de um ano da gestão Bolsonaro, a Globalweb Outsourcing já recebeu R$ 41,6 milhões.
Caso Queiroz
Na semana passada, a polícia prendeu Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, em uma casa em Atibaia, no interior de São Paulo.
O imóvel em que estava Queiroz pertence ao advogado Frederick Wassef, que até domingo, defendia Flávio Bolsonaro.
Após negar que tenha escondido Queiroz, Wassef disse à CNN Brasil que o abrigou por “questões humanitárias”.