Boneca Momo: por que a culpa desses hypes é nossa?
Entenda por que a questão não passa de um surto coletivo que tornou o 'objetivo da boneca' real
Vai me dizer que você nunca ouviu falar do desafio da Boneca Momo? Ah, pera… mas do desafio da Baleia Azul com certeza, né? Pois é. Deixa eu te contar uma coisa? Ambos, assim como VÁRIOS “ESCÂNDALOS” da internet, são falsos.
Ainda bem, né?
Então, mais ou menos. Só pra situar vocês, vamos do começo.
De onde veio a Boneca Momo?
O surto dessa boneca começou, na verdade, no ano passado. Sabe a Samara, daquele filme O Chamado, que comunicava POR TELEFONE que a pessoa (que viu um vídeo-cassete bizarríssimo) tinha só mais sete dias de vida? Pois é. Agora as coisas estão mais modernas, não é meixmo?
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Lá para meados de 2018, surgiu um desafio do tipo “você se atreve a …?” Neste caso, o tchans era conversar com a Boneca Momo, que tinha nada mais, nada menos que um perfil no Whatsapp. Várias pessoas (pelo menos é o que dizem, né) chegaram a receber uma mensagem dela em dizeres em japonês. Traduzidos, eles faziam menção a um mangá/anime conhecido como Death Note (muito bom, por sinal). Ela se apresentava com uma frase famosa do personagem “L”, um detetive que buscava incessantemente pelo estudante e assassino nos tempos livres Light (Yagami Raito ou, para os mais íntimos, Kira).
Então, cá pra nós, era pra essa Momo ser gente boa, né? Se ela, de alguma forma, representava um “justiceiro”, dava até pra pedir um autógrafo. Mas não. Acontece que a Boneca Momo é extremamente sinistra e, por isso, dá um medinho. SÓ que, plot twist, ela é, na verdade, uma escultura feita em 2016 pelo artista Keisuke Aisawa, e ficou exposta um tempão no museu Vanilla Gallery, em Tóquio.
Aliás, seu nome nem é Momo, mas sim Guai Bird (e é aí que a gente começa a entender por que ela é tão assustadora). Senta que lá vem história:
Guai Bird faz parte de uma lenda urbana chinesa/japonesa. Ela é a representação do que seria um Ubume, espírito de uma mulher que morreu antes, durante ou logo após a gravidez. Ele, basicamente, perambula por aí agonizando a perda da criança. Aí, esse nome (Ubume) é escrito com caracteres que também podem significar “pássaro arrebatador de CRIANÇAS” (e essa tour é muito bizarra porque esse pássaro vem de uma OUTRA lenda urbana, dum pássaro virginiano furioso (essa última parte foi de minha autoria e cês já vão entender o porquê) que procurava por pessoas QUE ESQUECIAM SUAS ROUPAS NO VARAL À NOITE).
Aí, juntou o útil ao agradável: Momo (que na verdade é Guai Bird) é uma mulher metade humana/metade pássaro (porque né, acontece) que pode, eventualmente, sequestrar crianças.
E foi aí que o terror começou
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Texto escrito por Luisa Rodrigues e publicado no Superela