Brasil será mantido no Acordo de Paris, afirma ministro

Decisão sinaliza novo recuo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que, antes da posse, chegou a defender a saída do tratado aprovado em 2015

15/01/2019 14:09

Após polêmica, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou na última segunda-feira, 14, que o Brasil será mantido no acordo de Paris. O que sinaliza novo recuo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que, antes da posse, chegou a defender a saída do tratado aprovado em 2015.

A decisão foi anunciada pelo ministro após almoço no Sevovi-SP com empresários do setor imobiliário. Aos jornalistas, Salles reconheceu que há oposição ao acordo climático dentro do governo mas que, “por ora, a participação do Brasil está mantida”.

 “Nós seremos muito firmes na proteção aos recursos naturais”, declarou ministro indicado por Bolsonaro
 “Nós seremos muito firmes na proteção aos recursos naturais”, declarou ministro indicado por Bolsonaro

A questão sobre a permanência já fora defendida pro Salles em entrevista à Rádio Eldorado, na semana passada. Na ocasião, enfrentou críticas de membros do governo.

Salles, entretanto, reconhece que mudanças serão propostas. “As metas de redução de emissão, que o Brasil e os outros países concordaram, estão OK. O problema é como você internaliza esses princípios e estes valores na legislação do País. A nossa única preocupação é se esta legislação restringe a liberdade e a ação de empreendedorismo e a gestão do território. Vamos estar muito atentos a isso”, disse.

Proteção dos recursos naturais 

No almoço, Salles também comentou que lutará pela preservação da Amazônia e do Cerrado, embora pretenda destravar e simplificar os processos relacionados ao ministério. “Nós seremos muito firmes na proteção aos recursos naturais. Nós vamos preservar a Amazônia, o Cerrado, os nossos rios”, afirmou. “Vamos continuar a dar especial tratamento ao meio ambiente”, garantiu.

Disse ainda que sua gestão frente ao Meio Ambiente será aberta, transparente e, sobretudo, respeitará a iniciativa privada.”Queremos menor burocracia, um ambiente de negócios com menor judicialização. Essa litigiosidade não é boa, é contraproducente até mesmo ao meio ambiente. Todo mundo (do governo) tem de estar imbuído deste objetivo”, afirmou. Com informações do portal R7.