Bruno Covas manda recado para Bolsonaro: “Aqui não tem ‘e daí?’”

"O que acontece em São Paulo, de certa forma, também é nossa responsabilidade. Aqui não tem ‘e daí?'”, disse o prefeito da capital paulista

01/05/2020 12:35

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), mandou um recado para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na manhã desta sexta-feira, 1º, Dia do Trabalhador e afirmou:”Aqui em São Paulo não tem ‘e daí?’”.

Bruno Covas manda recado para Bolsonaro: “Aqui não tem ‘e daí?’”
Bruno Covas manda recado para Bolsonaro: “Aqui não tem ‘e daí?’” - Reprodução/TVGlobo

Bruno Covas disse que a Prefeitura da capital paulista passou a trabalhar, também, para evitar as longas filhas, nas agências da Caixa Econômica Federal, formadas por aqueles que precisam do auxílio emergencial e por diversas razões ainda não conseguiram.

“(Eles) não pediram a nossa ajuda, mas mesmo assim decidimos ajudar. O que acontece em São Paulo, de certa forma, também é nossa responsabilidade. Aqui não tem ‘e daí?’”, disse o prefeito, fazendo referência à resposta que Bolsonaro deus aos jornalistas quando questionado sobre o Brasil ter ultrapassado a marca de 5.000 mortos, na terça-feira, 28. Nesta quinta, o país já somava 5.901 mortes confirmadas por covid-19. Além destas, as estatísticas não computam mortes não testadas para o novo coronavírus e com isso, ainda existe um alto número de substantificação.

Em entrevista para o canal de notícias GloboNews, Bruno Covas afirmou também que a Prefeitura tem ajudado tirando dúvidas da população em relação aos auxílios emergenciais e tem enviado profissionais da Guarda Municipal e da Saúde para organizar as filas nas agências. “Nem isso a Caixa está fazendo”, disse o prefeito.

O tucano também rebateu declaração de Bolsonaro de que os Estados e municípios não estão conseguindo achatar a curva dos novos casos de coronavírus. O prefeito ressaltou que o número de mortes seria “muito maior” se não fossem adotadas as medidas de isolamento social.

“Se o presidente colaborasse, pelo menos orientando as pessoas a ficar em casa, talvez não tivéssemos esse índice de preocupante de 48% das pessoas ficando em casa”, afirmou Bruno Covas. Segundo o governo do Estado de São Paulo, o ideal é que o índice de isolamento social ficasse entre 60% e 70%.