Cachorro cuida de irmã cega e surda em abrigo

A organização está realizando uma campanha para que os irmãos sejam adotados juntos

Em parceria com ANDA
17/04/2020 10:09

A mãe dos cachorros foi covardemente abandonada antes de dar à luz (Foto: Helen Woodward Animal Center)
A mãe dos cachorros foi covardemente abandonada antes de dar à luz (Foto: Helen Woodward Animal Center)

Uma cadelinha foi covardemente abandonada após dar à luz a oito filhotes em uma região rural do estado da Luisiana, nos Estados Unidos.

Uma família local decidiu adotar a cachorra adulta e fez um apelo ao Helen Woodward Animal Center, uma organização de resgate e proteção animal localizada na Califórnia, para que os bebês, que já estavam com cerca de três meses, fossem encaminhados para adoção responsável e tivessem a chance de encontrar famílias amorosas.

A ONG rapidamente organizou o translado dos oito filhotes junto com outros 31 cachorrinhos que também estavam sendo resgatados.

Assim que chegaram no abrigo, os voluntários rapidamente perceberam que um filhote aparentava ter necessidades especiais e não conseguia brincar, se movimentar e reagir a estímulos como os outros. Ela foi carinhosamente chamada de Star (Estrela, em tradução livre) e mais tarde foi identificado que ela sofria de surdez e cegueira.

Animais com necessidades especiais podem ter vidas muito saudáveis e normais, mas, infelizmente, ainda sofrem preconceito. Parecendo intuir isso, um dos outros cãozinhos da ninhada, o pequeno Denver, decidiu que não deixaria sua irmã sozinha e se tornou sua verdadeira sombra, a acompanhando para todos os lados e servindo para Star como um verdadeiro cão-guia. Eles se tornaram inseparáveis e a organização está realizando uma campanha para que os irmãos sejam adotados juntos.

Confira o final desta história e outras notícias inspiradoras sobre animais na ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais).


Manual de resgate animal

É importante que você tenha em mente que, ao resgatar um animal abandonado, precisa se responsabilizar por ele do início até o fim. O resgate não se limita à remoção do animal, mas também implica a acomodação, a alimentação e todos os cuidados até que ele seja definitivamente adotado. Portanto, quem retira um animal da rua se torna responsável por ele.

Se sua intenção não for adotar o pet resgatado, o primeiro passo é oferecer água e alimentação. Depois disso, busque ajuda e promova a adoção. “Devemos usar e abusar das redes sociais para esses momentos iniciais de ajuda a um animal. Mas apenas tirar foto da situação, postar no Facebook e fornecer dados como localização e condições do animal não vai ajudá-lo”, diz a veterinária.

“Gatos tendem a ser mais assustados durante o processo de resgate, por isso, redobre a atenção. Utilize uma caixa de transporte para os gatos, geralmente eles não se adaptam ao uso de guias. Para os cães, use sempre uma coleira com guia ao se aproximar e proteja braços, pernas e o rosto de possíveis mordidas e arranhões”, explica a especialista.

Seja sensato sempre quando o assunto for segurança. Para que o animal tenha certa confiança neste momento, é válido oferecer alimentos como carne ou frango e ter paciência: alguns deles ficam horas desconfiados e não se aproximam do humano até se sentirem seguros. Não ofereça alimentos com tranquilizantes sem que um veterinário esteja acompanhando a situação.

Caso o animal esteja em um lugar que ofereça risco (como barrancos, rios ou árvores, ou que você não se sinta seguro em resgatá-lo, chame o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Ambiental. Eles possuem treinamento para atuar em situações adversas. Mas lembre-se: você ficará responsável por abrigar e cuidar do animal após o resgate.

O segundo passo é se dirigir a um hospital ou clínica veterinária com o resgatado, para que sua condição física e neurológica seja avaliada. Geralmente os animais de rua estão infestados de pulgas e/ou carrapatos e isso acarreta doenças transmissíveis a outros pets.

“É recomendado que o animal passe por um período de isolamento, para a observação de sintomas de doenças contagiosas que ele possa apresentar”, orienta a veterinária. Além disso, são colhidos exames básicos como sangue, raspagem de pele e avaliado o quadro clínico geral. Se constatada alguma situação grave, ele pode ficar internado ou entrar em tratamento imediatamente. “É comum, também, que a gente realize procedimentos higiênicos como tosa, banho, corte de unhas”, completa Janaína.

Caso o animal seja liberado após a consulta e não apresente nenhum problema grave de saúde, ele é encaminhado para vacinação completa e castração. “Essas ações variam muito por conta da idade do animal e das condições de saúde, não temos como cravar o que deve ou não ser feito no momento”, ensina a veterinária.

Em seis anos, uma cadela não castrada pode gerar 64 mil descendentes e uma gata, 420 mil em apenas sete anos, segundo Janaína, com base em dados divulgados pelos CCZs (Centro de Controle de Zoonoses) das cidades.

A falta de controle populacional de animais e o desconhecimento do entendimento de guarda responsável são os maiores responsáveis pelo abandono animal. Castrar um animal faz bem para a saúde dele e do meio ambiente.

Se o cão ou gato for deslocado para um ambiente em que já existam outros pets, é interessante que ele fique isolado e que a apresentação seja feita com calma, para não gerar brigas. “Se o veterinário liberar o contato com outros animais, todos precisam estar em segurança. É preciso que você conheça todos os animais que estarão no mesmo ambiente. Por isso, mantenha o resgatado em um local isolado até que você tenha certeza se ele tem um bom relacionamento com seus pets e vice-versa”, ensina Janaína.

Por fim, para promover a adoção deste animal, ele deve estar vacinado e já castrado. Os CCZs oferecem a castração gratuita e, também, a vacinação contra a raiva. As demais vacinas precisam ser feitas por clínicas cadastradas e por médicos veterinários. “Não é indicado comprar vacinas em lojas especializadas e aplicar por conta própria, pode ser prejudicial para a saúde do animal.”

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